GISELY MARQUES
GOMES
JULIA ROMANA
RODRIGUES MELO
.
INTRODUÇÃO
Este artigo tem por finalidade apresentar o resumo de algumas questões
básicas sobre o processo evolutivo na aquisição da linguagem.
A linguagem é uma característica eminente humana, capaz de tornar o ser
humano político, social, munido de civilidade. Assim, como o homem, os demais
animais emitem sons, mas não palavras, responsável por exprimir o bem e o mal,
o justo e o injusto.
O desenvolvimento humano na criança é um sujeito social, capaz de
protagonizar a sua própria história, onde a necessidade de comunicar-se, expressar-se,
fez com que surgisse a linguagem humana. Através dela, têm-se a força para
criar e recriar o mundo segundo seus mitos.
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
A etapa pré-verbal do desenvolvimento da linguagem ocorre no primeiro ano.
O choro é a primeira e principal ferramenta de comunicação do bebê. Nesta fase
de vida é através do choro que o bebê terá as suas necessidades atendidas pelos
pais. Com o passar de algumas semanas depois, o bebê adquire outras formas de
comunicação, como o sorriso, o olhar, gestos.
A criança é capaz de pequenas produções vocais, e suas características
variam de acordo com a necessidade da criança, estando relacionada com o seu
estado de saúde, sua postura, sua respiração. Além de responder aos estímulos
sonoros de outras pessoas através do sorriso ou de um murmúrio. É nesta fase
que surge o balbucio selvagem, onde a criança se comunica através de todos os
ruídos de boca possíveis. Embora o balbucio permaneça até o oitavo ou nono mês
de vida, é no quarto ou quinto mês que ele progride consideravelmente e inicia
o processo de imitação de sons. Assim, a criança pode tanto imitar sons
produzidos por ele mesmo ou por outras pessoas, seja adulto ou criança.
Por volta dos 10 meses começa a surgir a reduplicação silábica, onde a
criança inicia por meio de brincadeiras a junção de fonemas de formas repetidas
como “papapa” ou “dadada”. A criança apresenta um forte interesse por imitar
gestos e sons para estabelecer a comunicação, estando assim propensa a aprender
a linguagem mais rapidamente, necessitando para isso o reforço e o estímulo dos
pais a cada progresso adquirido.
No segundo ano, a criança finalmente começa a produzir as primeiras
palavras. Este momento é um dos mais esperados pela família. Dentro desta
etapa, a criança desenvolve uma série de capacidades de comunicação, de acordo
com a idade.
Surgem também as primeiras palavras com sentido, como "mamam",
"papá", e compreende ordens simples, como dar e receber.
Uma das capacidades de comunicação é a ecolalia, em que o bebê repete o
final das frases, ou mesmo das últimas palavras, de forma a parecer um eco.
Ocorre neste período o inicio da emissão de palavras-frase, em que o bebê
pode solicitar algo através de apenas uma palavra. Esta também é a fase
conhecida como a “fase dos porquês”, pois é nela que a criança sente
necessidade de obter explicações sobre determinados fatores que a rodeiam.
No terceiro ano há um enriquecimento da linguagem, é o ano chamado de
idade de ouro da linguagem infantil. A criança passa a explorar melhor o
ambiente em que vive, conhece novos nomes e as partes do corpo. Nessa fase há
uma “explosão do vocabulário”. A maior parte das palavras que a criança produz
nesta fase são os substantivos. Produzem também verbos e alguns adjetivos.
Porém as frases das crianças se reduzem a aplicação de verbo e complemento.
Por volta dos três anos a criança progride com velocidade
lingüisticamente falando. As frases produzidas deixam de ser curtas, havendo um
aprimoramento das formas gramaticais.
Depois dos três anos a criança reforça a idéia de posse, utilizando-se de
marcas como os pronomes pessoais “meu” e “seu”. Faz uso também do “não” como
marcas de negação; de advérbios; os verbos começam a ter formas mais precisas.
AQUISIÇÃO DA
LINGUAGEM POR MEIO DA INTERAÇÃO-CRIANÇA
A interação do adulto com a criança é primordial, segundo o Behaviorismo,
propõe que todo e qualquer aprendizado é adquirido através das experiências empíricas.
A memorização, a repetição exaustiva, torna-nos capazes de adquirir algum
conhecimento, inclusive a linguagem, ou seja, a comunicação passa por olhares,
sorrisos, posturas, voz, participando ativamente das trocas, enriquecendo o
repertório dos sons que ele produz, emitindo pequenos sinais de pedido,
tentando atrair a atenção do adulto. Assim, a partir dos primeiros meses e
durante o seu primeiro ano a criança adquire capacidades interativas e
balbucia, evoluindo e se adaptando cada vez mais aos modelos fonéticos ouvidos,
progressivamente ele vai se modelar ao sistema fonético da língua materna.
Pois o desenvolvimento do balbucio representa uma alternativa para a
descoberta de novas potencialidades pessoais, relacionado com o conhecimento da
imaginação e estimulando a auto-expressão. Permitindo que as pessoas se
expressem, desenvolvam suas capacidades, troquem experiências e se adaptem as
circunstancias, aumentando sua compreensão. Exercitando assim a aquisição do
sistema fonético, constituindo-se do léxico, reunindo-se de duas ou mais
palavras para a formação de suas frases.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
É importante salientar que as etapas do desenvolvimento de acordo com a
idade podem variar de criança para criança, já que cada um possui o seu próprio
tempo e aprende de acordo com suas capacidades. A estimulação da linguagem da
criança pode ser feita pelos pais, de forma lúdica, através de jogos e
brincadeiras, que são atividades em que a criança se mostra mais participativa
e que se sente bem.
PARTE II
Quais foram as
primeiras palavras da Rafaely?
Mãe da Rafaely – As primeiras palavras foram “papa”, seguida de “titi”. Depois
falando pai no lugar de “papa” e tia no lugar de “titi”. Chamando a tia Elisa
de “tia Ia” e tia Zildene de “tia Nedene”.
E quais foram as
primeiras frase produzidas?
Mãe da Rafaely – Não lembro.
Quais as
primeiras perguntas?
Mãe da Rafaely – A Rafinha perguntava
pelos pais: “Dê papai?”, “Dê mamai?”
Quais as
palavras que mais a Rafaly tinha dificuldade em produzir?
Mãe da Rafaely – Ela até hoje só chama
mingau de “mimi”. Por mais que seja ensinada que mingau é o certo.
Qual estratégia
é utilizada para inserção de novas palavras no vocabulário da criança?
Mãe da Rafaely – Como eu e o pai dela
trabalhamos o dia fora, a gente compra DVD. Neles ensinam o “a,e,i,o,u”,
ensinam a contar..essas coisas.
BIBLIOGRAFIA
AIMARD, Paule. O surgimento da criança na criança.
Porto Alegre: Artmed, 1998. [Capítulo 2, p.55 a 103].
BALIERO JR, Ari
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CAMPOS, D. M. de
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SCARPA, Ester
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STERNBERG,
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