sábado, 6 de outubro de 2012

PROCESSO EVOLUTIVO NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM





GISELY MARQUES GOMES
JULIA ROMANA RODRIGUES MELO


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INTRODUÇÃO
Este artigo tem por finalidade apresentar o resumo de algumas questões básicas sobre o processo evolutivo na aquisição da linguagem.
A linguagem é uma característica eminente humana, capaz de tornar o ser humano político, social, munido de civilidade. Assim, como o homem, os demais animais emitem sons, mas não palavras, responsável por exprimir o bem e o mal, o justo e o injusto.
O desenvolvimento humano na criança é um sujeito social, capaz de protagonizar a sua própria história, onde a necessidade de comunicar-se, expressar-se, fez com que surgisse a linguagem humana. Através dela, têm-se a força para criar e recriar o mundo segundo seus mitos.

 AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
A etapa pré-verbal do desenvolvimento da linguagem ocorre no primeiro ano. O choro é a primeira e principal ferramenta de comunicação do bebê. Nesta fase de vida é através do choro que o bebê terá as suas necessidades atendidas pelos pais. Com o passar de algumas semanas depois, o bebê adquire outras formas de comunicação, como o sorriso, o olhar, gestos.
A criança é capaz de pequenas produções vocais, e suas características variam de acordo com a necessidade da criança, estando relacionada com o seu estado de saúde, sua postura, sua respiração. Além de responder aos estímulos sonoros de outras pessoas através do sorriso ou de um murmúrio. É nesta fase que surge o balbucio selvagem, onde a criança se comunica através de todos os ruídos de boca possíveis. Embora o balbucio permaneça até o oitavo ou nono mês de vida, é no quarto ou quinto mês que ele progride consideravelmente e inicia o processo de imitação de sons. Assim, a criança pode tanto imitar sons produzidos por ele mesmo ou por outras pessoas, seja adulto ou criança.
Por volta dos 10 meses começa a surgir a reduplicação silábica, onde a criança inicia por meio de brincadeiras a junção de fonemas de formas repetidas como “papapa” ou “dadada”. A criança apresenta um forte interesse por imitar gestos e sons para estabelecer a comunicação, estando assim propensa a aprender a linguagem mais rapidamente, necessitando para isso o reforço e o estímulo dos pais a cada progresso adquirido.
No segundo ano, a criança finalmente começa a produzir as primeiras palavras. Este momento é um dos mais esperados pela família. Dentro desta etapa, a criança desenvolve uma série de capacidades de comunicação, de acordo com a idade.
Surgem também as primeiras palavras com sentido, como "mamam", "papá", e compreende ordens simples, como dar e receber.
Uma das capacidades de comunicação é a ecolalia, em que o bebê repete o final das frases, ou mesmo das últimas palavras, de forma a parecer um eco.
Ocorre neste período o inicio da emissão de palavras-frase, em que o bebê pode solicitar algo através de apenas uma palavra. Esta também é a fase conhecida como a “fase dos porquês”, pois é nela que a criança sente necessidade de obter explicações sobre determinados fatores que a rodeiam.
No terceiro ano há um enriquecimento da linguagem, é o ano chamado de idade de ouro da linguagem infantil. A criança passa a explorar melhor o ambiente em que vive, conhece novos nomes e as partes do corpo. Nessa fase há uma “explosão do vocabulário”. A maior parte das palavras que a criança produz nesta fase são os substantivos. Produzem também verbos e alguns adjetivos. Porém as frases das crianças se reduzem a aplicação de verbo e complemento.
Por volta dos três anos a criança progride com velocidade lingüisticamente falando. As frases produzidas deixam de ser curtas, havendo um aprimoramento das formas gramaticais.
Depois dos três anos a criança reforça a idéia de posse, utilizando-se de marcas como os pronomes pessoais “meu” e “seu”. Faz uso também do “não” como marcas de negação; de advérbios; os verbos começam a ter formas mais precisas.

AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM POR MEIO DA INTERAÇÃO-CRIANÇA
A interação do adulto com a criança é primordial, segundo o Behaviorismo, propõe que todo e qualquer aprendizado é adquirido através das experiências empíricas. A memorização, a repetição exaustiva, torna-nos capazes de adquirir algum conhecimento, inclusive a linguagem, ou seja, a comunicação passa por olhares, sorrisos, posturas, voz, participando ativamente das trocas, enriquecendo o repertório dos sons que ele produz, emitindo pequenos sinais de pedido, tentando atrair a atenção do adulto. Assim, a partir dos primeiros meses e durante o seu primeiro ano a criança adquire capacidades interativas e balbucia, evoluindo e se adaptando cada vez mais aos modelos fonéticos ouvidos, progressivamente ele vai se modelar ao sistema fonético da língua materna.
Pois o desenvolvimento do balbucio representa uma alternativa para a descoberta de novas potencialidades pessoais, relacionado com o conhecimento da imaginação e estimulando a auto-expressão. Permitindo que as pessoas se expressem, desenvolvam suas capacidades, troquem experiências e se adaptem as circunstancias, aumentando sua compreensão. Exercitando assim a aquisição do sistema fonético, constituindo-se do léxico, reunindo-se de duas ou mais palavras para a formação de suas frases.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É importante salientar que as etapas do desenvolvimento de acordo com a idade podem variar de criança para criança, já que cada um possui o seu próprio tempo e aprende de acordo com suas capacidades. A estimulação da linguagem da criança pode ser feita pelos pais, de forma lúdica, através de jogos e brincadeiras, que são atividades em que a criança se mostra mais participativa e que se sente bem.



















PARTE II

Quais foram as primeiras palavras da Rafaely?
Mãe da Rafaely As primeiras palavras foram “papa”, seguida de “titi”. Depois falando pai no lugar de “papa” e tia no lugar de “titi”. Chamando a tia Elisa de “tia Ia” e tia Zildene de “tia Nedene”.

E quais foram as primeiras frase produzidas?
Mãe da Rafaely – Não lembro.

Quais as primeiras perguntas?
Mãe da Rafaely – A Rafinha perguntava pelos pais: “Dê papai?”, “Dê mamai?”

Quais as palavras que mais a Rafaly tinha dificuldade em produzir?
Mãe da Rafaely – Ela até hoje só chama mingau de “mimi”. Por mais que seja ensinada que mingau é o certo.

Qual estratégia é utilizada para inserção de novas palavras no vocabulário da criança?
Mãe da Rafaely – Como eu e o pai dela trabalhamos o dia fora, a gente compra DVD. Neles ensinam o “a,e,i,o,u”, ensinam a contar..essas coisas.














BIBLIOGRAFIA

AIMARD, Paule. O surgimento da criança na criança. Porto Alegre: Artmed, 1998. [Capítulo 2, p.55 a 103].

BALIERO JR, Ari Pedro. Psicolingüística. In MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina. (orgs). Introdução à lingüística: domínios e fronteiras, v.2. São Paulo: Cortez, 2001.

CAMPOS, D. M. de S. Psicologia da aprendizagem. 34º edição. Petrópolis: Vozes, 2005.

SCARPA, Ester Mirian. Aquisição da linguagem. In MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina. (orgs). Introdução à lingüística: domínios e fronteiras, v.2. São Paulo: Cortez, 2001.
STERNBERG, Robert J. Psicologia cognitiva. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.


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