DÉBORA BRAGA PRADO
Este
artigo apresenta as mudanças que ocorreram com o novo Acordo Ortográfico entre
os países lusófonos em relação ao hífen.
O objetivo dessas mudanças é
facilitar o emprego do sinal gráfico, cujas regras estão entre as mais
complexas da norma ortográfica.
Utiliza-se o hífen em palavras
compostas e em locuções:
a)
Para separar as palavras no final da linha
b)
Para separar elementos de palavras compostas por
justaposição. Beija-flor, Porto-Alegre.
Em alguns compostos perdeu-se a noção de composição, ou seja, mesmo não
sendo separados por hífen, os elementos mantêm uma identidade fonética e, por
isso os dois elementos se aglutinaram como se pode observar em girassol, que é
grafado com ss, a fim de manter o
som do s inicial (sol).
c)
Nos topônimos,ou seja, nos nomes de lugar iniciados
pelos adjetivos grão ou grã, por formas verbais, ou que tem elementos ligados
por artigo. Baía de Todos-os-Santos,Grã-Bretanha.
d)
Nos nomes de espécies botânicas e zoológicas ligadas ou
não por preposição ou qualquer outro elemento. Andorinha-do-mar, couve-flor.
e)Nos compostos iniciados pelos
advérbios bem e mal seguidos de palavras começadas por vogal ou h.
Bem-aventurado, mal-humorado.
O advérbio bem pode ou não aglutinar-se com a palavra seguinte, ainda que
iniciada por consoante. Bem-falante, benfeitor.
f) nas palavras
com os prefixos além, aquém, recém e sem. Além-mar,sem-
vergonha,recém-nacido g) para unir duas ou mais palavras
contextualmente combinadas. Liberdade-Igualdade-Fraternidade.
Não
se utiliza o hífen nas locuções:
a)
Substantivas: fim de semana, sala de jantar.
b)
Adjetivas: cor de vinho, cor de mel.
c)
Pronominais: cada um, quem quer que seja.
d)
Adverbiais:à vontade, à vista.
e)
Prepositivas: abaixo de, a fim de.
f)
Conjuntivas: a fim de que, ao passo que.
Prefixos que aceitam o hífen:
Utiliza-se o hífen nos compostos que começam com
prefixos gregos e latinos.
Ante-, anti-, auto-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-,
infra-, intra-, pan-, pós-, etc;
a) quando o
segundo elemento começar por h. Anti-higiênico, pan-helenismo.
Obs.: Não se usa hífen nos compostos com os prefixos in - e des-. Desumano,
inábil.
b) quando o
prefixo termina com a mesma vogal com que começa o segundo elemento.
Anti-ibérico, auto-observação.
Exceção: O prefixo co-, que se aglutina com outro elemento iniciado por o.
Cooperar.
c) com os
prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começar por vogal, m, n,
além do h referido anteriormente. Circum-navegação, pan- africano.
d)com os
prefixos hiper-, inter-, super-, quando o segundo elemento começar por r.
hiper-requintado, inter-residente,super-revista,
e)com os
prefixos ex-, sota-, vice-,
vizo-.Ex-aluno,soto-mestre,vice-presidente,vizo-rei.
f) com os
prefixos tônicos acentuados gráficamente pós-, pré-, pró-, quando o segundo
elemento tem vida à parte. Pós-operatório, pré-escolar,pró-europeu.
Não se utilizará mais o hífen:
a)
Quando o segundo começa com s ou r, devendo ocorrer a
duplicação dessas consoantes, como em “antirreligioso”, “contrarregra”.
Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r-, ou seja,
“hiper-“,”inter-‘ e “super-”, como “hiper-requintado”, “inter-resistente” e
“super-revista”.
b)
quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal
diferente, como “extraescolar”, “aeroespacial”, ”autoestrada”.
Quando o primeiro elemento finalizar com uma vogal igual a do segundo
elemento, hífen deverá ser utilizado, como nas palavras “micro-ondas” e “anti-inflamatório”.
Sufixos que aceitam o hífen:
Nos compostos por sufixação, só se emprega o hífen nas
com os sufixos de origem tupi-guarani
-açu, -guaçu, -mirim se o primeiro elemento termina em vogal acentuada
graficamente e se a pronúncia exige a distinção dos dois elementos.
Amoré-guaçu, cajá-mirim, capim-açu.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECHARA, Evanildo.Moderna
gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
DE NICOLA, José,
1947-Gramática contemporânea da língua
portuguesa/José de Nicola, Ulisses Infante - São Paulo: Scipione,1997.
MAZZAROTO, Luis Fernando. Redação: gramática e literatura.DCL:São Paulo, 2000.
PEREIRA, José. A Nova
Reforma Ortográfica. Disponível em internet: http://www.filologia
org. br . Acesso em 04/04/2008
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