sábado, 6 de outubro de 2012

A MUDANÇA DO HÍFEN COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO



DÉBORA BRAGA PRADO

            Este artigo apresenta as mudanças que ocorreram com o novo Acordo Ortográfico entre os países lusófonos em relação ao hífen.
            O objetivo dessas mudanças é facilitar o emprego do sinal gráfico, cujas regras estão entre as mais complexas da norma ortográfica.
            Utiliza-se o hífen em palavras compostas e em locuções:
a)      Para separar as palavras no final da linha
b)      Para separar elementos de palavras compostas por justaposição. Beija-flor, Porto-Alegre.
Em alguns compostos perdeu-se a noção de composição, ou seja, mesmo não sendo separados por hífen, os elementos mantêm uma identidade fonética e, por isso os dois elementos se aglutinaram como se pode observar em girassol, que é grafado com ss, a fim de manter o som do s inicial (sol).
c)      Nos topônimos,ou seja, nos nomes de lugar iniciados pelos adjetivos grão ou grã, por formas verbais, ou que tem elementos ligados por artigo. Baía de Todos-os-Santos,Grã-Bretanha.
d)     Nos nomes de espécies botânicas e zoológicas ligadas ou não por preposição ou qualquer outro elemento. Andorinha-do-mar, couve-flor.
e)Nos compostos iniciados pelos advérbios bem e mal seguidos de palavras começadas por vogal ou h. Bem-aventurado, mal-humorado.
O advérbio bem pode ou não aglutinar-se com a palavra seguinte, ainda que iniciada por consoante. Bem-falante, benfeitor.
f) nas palavras com os prefixos além, aquém, recém e sem. Além-mar,sem-                                  vergonha,recém-nacido                                                                                                     g) para unir duas ou mais palavras contextualmente combinadas. Liberdade-Igualdade-Fraternidade.
            Não se utiliza o hífen nas locuções:
a)      Substantivas: fim de semana, sala de jantar.
b)      Adjetivas: cor de vinho, cor de mel.
c)      Pronominais: cada um, quem quer que seja.
d)     Adverbiais:à vontade, à vista.
e)      Prepositivas: abaixo de, a fim de.
f)       Conjuntivas: a fim de que, ao passo que.

Prefixos que aceitam o hífen:
Utiliza-se o hífen nos compostos que começam com prefixos gregos e latinos.
Ante-, anti-, auto-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pan-, pós-, etc;
a) quando o segundo elemento começar por h. Anti-higiênico, pan-helenismo.
Obs.: Não se usa hífen nos compostos com os prefixos in - e des-. Desumano, inábil.
b) quando o prefixo termina com a mesma vogal com que começa o segundo elemento. Anti-ibérico, auto-observação.

Exceção: O prefixo co-, que se aglutina com outro elemento iniciado por o. Cooperar.
c) com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começar por vogal, m, n, além do h referido anteriormente. Circum-navegação, pan- africano.
d)com os prefixos hiper-, inter-, super-, quando o segundo elemento começar por r. hiper-requintado, inter-residente,super-revista,
e)com os prefixos ex-, sota-, vice-, vizo-.Ex-aluno,soto-mestre,vice-presidente,vizo-rei.
f) com os prefixos tônicos acentuados gráficamente pós-, pré-, pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte. Pós-operatório, pré-escolar,pró-europeu.
Não se utilizará mais o hífen:
a)      Quando o segundo começa com s ou r, devendo ocorrer a duplicação dessas consoantes, como em “antirreligioso”, “contrarregra”. Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r-, ou seja, “hiper-“,”inter-‘ e “super-”, como “hiper-requintado”, “inter-resistente” e “super-revista”.
b) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente, como “extraescolar”, “aeroespacial”, ”autoestrada”.
Quando o primeiro elemento finalizar com uma vogal igual a do segundo elemento, hífen deverá ser utilizado, como nas palavras “micro-ondas” e “anti-inflamatório”.
Sufixos que aceitam o hífen:
Nos compostos por sufixação, só se emprega o hífen nas com os sufixos de origem tupi-guarani  -açu, -guaçu, -mirim se o primeiro elemento termina em vogal acentuada graficamente e se a pronúncia exige a distinção dos dois elementos. Amoré-guaçu, cajá-mirim, capim-açu.

                              REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECHARA, Evanildo.Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
DE NICOLA, José, 1947-Gramática contemporânea da língua portuguesa/José de Nicola, Ulisses Infante - São Paulo: Scipione,1997.
MAZZAROTO, Luis Fernando. Redação: gramática e literatura.DCL:São Paulo, 2000.
            PEREIRA, José. A Nova Reforma Ortográfica. Disponível em internet:       http://www.filologia org. br . Acesso em 04/04/2008


Nenhum comentário:

Postar um comentário