Roberta Natanna Prado do Monte
Maria Vilene
Resumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar
e discutir uma observação realizada em crianças de 0 a 03 anos sobre o início da
aquisição da linguagem,assunto discutido em sala de aula pelo professor Vicente
Martins,que me chamou atenção ao termo inato ou adquirido,a que devemos
associar o início da linguagem?muitos debates têm ocorrido ao longo da historia
ao respeito da maneira pela qual adquirimos a linguagem.Alguns estudiosos
defendem a imitação,outros o condicionamento,outros o inatismo e alguns
consideram um pouco de cada um deles.
O
desenvolvimento deste trabalho deu-se em duas etapas: 1 – pesquisa
bibliográficas sobre o tema em questão,baseados em autores como Paule Aimard,
Piaget entre outros que auxiliaram na elaboração dessa pesquisa.02-pesquisa com
coleta de dados com um criança de 19 meses.Palavras-chave - Aquisição. Desenvolvimento. Aprendizagem.
Introdução
Buscamos mostrar
as etapas da aquisição da fala na criança, através do levantamento de
informações, e o ponto de vista de alguns autores sobre o assunto.
Foram adicionas a
esse artigo informações baseadas no livro o “Surgimento da linguagem da
criança” de Paule Aimard.
Desenvolvimento
Segundo
Piaget a aquisição da linguagem depende
do Segundo paule
Aimard o desenvolvimento da linguagem e dividido em períodos;Primeiro ano de
vida do bebê representa um período muito importante para o desenvolvimento sócio-afetivo,as
palavras que a criança recebe e os ruídos e sons que produzem so adquirem
sentido em seu contexto, sustentado por todos os elementos não-verbais ou
pré-verbais da comunicação.durante o primeiro mês a criança adquire capacidades
interativas e balbucia.No segundo ano a aquisição do sistema fonético, os jogos
de imitação, os exercícios, o prazer de dialogar, as repetições de sílabas e
suas variáveis a compreensão aumenta.No terceiro ano a variedade e qualidade da
linguagem verbal a que as crianças são expostas diariamente auxiliará a
evolução da aprendizagem da linguagem.
Segundo Fernald (1985 in STENBERG, 2000), as
crianças parecem preferir a fala dirigida a elas a fala normal dos adultos. O
matêrnes, de acordo com a circunstância, pode servir para chamar a atenção da
criança, adverti-la ou confortá-la. Os adultos, geralmente, se esforçam para
manter um diálogo com a criança, tentando entender o que ela quer dizer com
suas poucas palavras ou apenas sons. À medida que a criança cresce, o diálogo se
torna mais fluente, e o adulto tende a diminuir as modificações feitas no seu
modo de falar. Segundo Stenberg (2000, p.259), "é como se eles
inicialmente fornecessem um andaime pelo qual a criança pode construir um
edifício de linguagem e, à medida que a sua linguagem desenvolve-se, os
genitores removem gradualmente aquele andaime."
Parece ser uma
explicação simples, mas ela não é completa. Primeiramente, se as crianças
aprendem por imitação, já deveriam começar falando frases completas e essas
frases não poderiam ser diferentes daquelas que elas um dia tivessem ouvido, no
entanto, as crianças começam a falar usando elocuções de uma só palavra e são
extremamente criativas nas suas produções.
desenvolvimento
da inteligência na criança e se dá na superação do estágio sensório-motor, por
volta dos 18 meses. "Nesse estágio de desenvolvimento cognitivo, numa
espécie de 'revolução coperniciana', usando as palavras do próprio Piaget
(1979), dá-se o desenvolvimento da função simbólica, por meio da qual um significante
(ou um sinal) pode representar um objeto significado, além do desenvolvimento
da representação, pela qual a experiência pode ser armazenada e
recuperada". (SCARPA, 2001, p.210) Essas funções juntam-se a outros três
processos na superação do que Piaget chama de "egocentrismo radical",
presente no período sensório-motor, segundo o qual não existe uma diferenciação
entre sujeito e objeto, a ponto do sujeito não se reconhecer nem mesmo como
fonte de suas ações. Estes três processos são relacionados a seguir:
- o da descentralização das ações em relação ao
corpo próprio, isto é, entre sujeito e objeto; o sujeito passa a se
identificar como agente de suas ações;
- o da coordenação gradual das ações, a fim de
constituir uma conexão entre meios e fins;
- o da permanência do objeto, mesmo quando ele está
ausente do espaço perceptual da criança.
Por meio desses
processos, torna-se possível o uso efetivo do símbolo e da representação de um
sinal por outro, utilizando o princípio da arbitrariedade do símbolo. No campo
da linguagem, o jogo simbólico, a imagem mental, as sucessivas coordenações
entre as ações e entre estas e o sujeito, a possibilidade de internalizar e
conceptualizar as ações passam a fazer parte de sua realidade
Condicionamento
Esse mecanismo
propõe uma solução bem simples. As crianças ouviriam a fala das outras pessoas
e as associaria a um objeto ou a um evento. Mais tarde, quando reproduzisse
essa fala, seriam recompensadas pelos adultos. Após aproximações sucessivas,
conseguiriam alcançar o modo de falar dos adultos, isso explicaria o progresso
da fala da criança, evoluindo do balbucio às frases complexas.
Mas esse
mecanismo também tem suas falhas. Primeiramente, os pais das crianças não estão
preocupados com os erros gramaticais ou fonéticos cometidos por elas, mas com o
conteúdo das elocuções. Além disso, o fenômeno da super-regularização só
encontra explicação para o seu término, mas não para o seu início e a
produtividade lingüística continua sem explicação, já que as crianças produzem
frases pelas quais jamais receberam esforço prévio.
Inatismo
Chomsky, despertou o interesse de
outros estudiosos com o passar do tempo. De acordo com o inatismo, os humanos
teriam um dispositivo de aquisição de linguagem (DAL), isto é, estariam
biologicamente pré-configurados para adquiri-la.Diversos fatores apóiam essa
teoria (STENBERG, 2000):
- Nossa rápida especialização fonêmica;
- A rapidez com que as crianças adquirem uma
linguagem extremamente complexa, em contato com uma quantidade bem menor
de estímulos;
- Todas as crianças parecem adquirir esses aspectos
da linguagem na mesma sucessão e aproximadamente no mesmo tempo;
- Os humanos possuem diversas estruturas
fisiológicas que servem exclusivamente para a fala;
- As características universais documentadas ao
longo do vasto conjunto de línguas humanas (centenas de padrões universais
têm sido documentados por todas as línguas ao redor do mundo).
No entanto,
parece que nem a natureza, nem a educação sozinhas determinam a aquisição da
linguagem. O postulado da testagem de hipótese, sugere a união da natureza e da
educação: "as crianças adquirem a linguagem formando mentalmente hipóteses
experimentais quanto à mesma, baseadas em sua facilidade hereditária para a sua
aquisição (natureza), e depois testando essas hipóteses no ambiente
(educação)." (STENBERG, 2000, p.261)
2ª
Parte:
Pesquisa feita entre os dias
: 06/05/09 à 10/05/09;
Com Ana Francisca Prado de
Mesquita, aos 19 meses;
Filha de João Hilário e
Zenilda;
Residente em Forquilha,
Ceará.
Os primeiros sons de Ana Francisca
foram percebidos durante os 4 e 5 meses. Nos seres seguintes o balbucio evolui,
de gritos para sílabas como “pá”, “mã”, “ia” e “ba”.
A partir dessas primeiras sílabas,
os pais começaram a estimular as primeiras palavras. Quando ela falava “pá”, os
pais ou quem estivesse por perto, logo corrigia, ou melhor, completava falando:
“papai”.
Segundo a mãe, por volta dos 9 meses
a Ana Francisca começou a duplicar as sílabas as primeiras foram: “papa”,
“babá” e “mama”.
Por volta dos 11 ou 12 meses, ela
produzia sons para mostrar a chuva e já associava “au-au” a cachorro.
Aos 13 e 14 meses ela falava “papai”
e “mamãe” perfeitamente. Nos meses seguintes ela começou a falar,ou tentar os
nomes das pessoas mais próximas os primeiros foram: “Ava” e “Baia” (Sávia e Mara
respectivamente) suas irmãs. As outras palavras vieram de maneira mais rápida.
Após a aquisição das primeiras
“palavra”, as pessoas que fazem parte do cotidiano da Ana perceberam que ele
entendia tudo que acontecia ao seu redor, mesmo sem falar.
Com 15 meses ela já usava alguns
verbos como: “chai” (sai), “abi” (abre), “ai” (vai) e dá (dar).
Agora está com 19 meses ainda não
forma frases e não elabora perguntas.
Vocabulário de Ana Francisca com 19
meses:
“Mamãe”
“Papai”
“fofo” ( vovô)
“didia” (titia)
“Neném”
“Abe” (Roberta)
“Ane” (Eliane)
“Aia” (Maria)
“Ava” (Sávia)
“ieié” (picolé)
“aga” (água)
Aos
19 meses ela ainda não fala frases e não formula perguntas usando palavras,
somente com gestos.
Bibliografia
Aimad ( Paule. O surgimento
da linguagem na criança, 1998)
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