sábado, 6 de outubro de 2012

Desenvolvimento da linguagem infantil



Roberta Natanna Prado do Monte
Maria Vilene



Resumo

 O presente artigo tem por objetivo apresentar e discutir uma observação realizada em crianças de 0 a 03 anos sobre o início da aquisição da linguagem,assunto discutido em sala de aula pelo professor Vicente Martins,que me chamou atenção ao termo inato ou adquirido,a que devemos associar o início da linguagem?muitos debates têm ocorrido ao longo da historia ao respeito da maneira pela qual adquirimos a linguagem.Alguns estudiosos defendem a imitação,outros o condicionamento,outros o inatismo e alguns consideram um pouco de cada um deles.
     O desenvolvimento deste trabalho deu-se em duas etapas: 1 – pesquisa bibliográficas sobre o tema em questão,baseados em autores como Paule Aimard, Piaget entre outros que auxiliaram na elaboração dessa pesquisa.02-pesquisa com coleta de dados com um criança de 19 meses.
Palavras-chave - Aquisição. Desenvolvimento. Aprendizagem.
Introdução
Buscamos mostrar as etapas da aquisição da fala na criança, através do levantamento de informações, e o ponto de vista de alguns autores sobre o assunto.
Foram adicionas a esse artigo informações baseadas no livro o “Surgimento da linguagem da criança” de Paule Aimard.



Desenvolvimento
Segundo Piaget  a aquisição da linguagem depende do Segundo paule Aimard o desenvolvimento da linguagem e dividido em períodos;Primeiro ano de vida do bebê representa um período muito importante para o desenvolvimento sócio-afetivo,as palavras que a criança recebe e os ruídos e sons que produzem so adquirem sentido em seu contexto, sustentado por todos os elementos não-verbais ou pré-verbais da comunicação.durante o primeiro mês a criança adquire capacidades interativas e balbucia.No segundo ano a aquisição do sistema fonético, os jogos de imitação, os exercícios, o prazer de dialogar, as repetições de sílabas e suas variáveis a compreensão aumenta.No terceiro ano a variedade e qualidade da linguagem verbal a que as crianças são expostas diariamente auxiliará a evolução da aprendizagem da linguagem.
 Segundo Fernald (1985 in STENBERG, 2000), as crianças parecem preferir a fala dirigida a elas a fala normal dos adultos. O matêrnes, de acordo com a circunstância, pode servir para chamar a atenção da criança, adverti-la ou confortá-la. Os adultos, geralmente, se esforçam para manter um diálogo com a criança, tentando entender o que ela quer dizer com suas poucas palavras ou apenas sons. À medida que a criança cresce, o diálogo se torna mais fluente, e o adulto tende a diminuir as modificações feitas no seu modo de falar. Segundo Stenberg (2000, p.259), "é como se eles inicialmente fornecessem um andaime pelo qual a criança pode construir um edifício de linguagem e, à medida que a sua linguagem desenvolve-se, os genitores removem gradualmente aquele andaime."
Parece ser uma explicação simples, mas ela não é completa. Primeiramente, se as crianças aprendem por imitação, já deveriam começar falando frases completas e essas frases não poderiam ser diferentes daquelas que elas um dia tivessem ouvido, no entanto, as crianças começam a falar usando elocuções de uma só palavra e são extremamente criativas nas suas produções.
desenvolvimento da inteligência na criança e se dá na superação do estágio sensório-motor, por volta dos 18 meses. "Nesse estágio de desenvolvimento cognitivo, numa espécie de 'revolução coperniciana', usando as palavras do próprio Piaget (1979), dá-se o desenvolvimento da função simbólica, por meio da qual um significante (ou um sinal) pode representar um objeto significado, além do desenvolvimento da representação, pela qual a experiência pode ser armazenada e recuperada". (SCARPA, 2001, p.210) Essas funções juntam-se a outros três processos na superação do que Piaget chama de "egocentrismo radical", presente no período sensório-motor, segundo o qual não existe uma diferenciação entre sujeito e objeto, a ponto do sujeito não se reconhecer nem mesmo como fonte de suas ações. Estes três processos são relacionados a seguir:
  • o da descentralização das ações em relação ao corpo próprio, isto é, entre sujeito e objeto; o sujeito passa a se identificar como agente de suas ações;
  • o da coordenação gradual das ações, a fim de constituir uma conexão entre meios e fins;
  • o da permanência do objeto, mesmo quando ele está ausente do espaço perceptual da criança.
Por meio desses processos, torna-se possível o uso efetivo do símbolo e da representação de um sinal por outro, utilizando o princípio da arbitrariedade do símbolo. No campo da linguagem, o jogo simbólico, a imagem mental, as sucessivas coordenações entre as ações e entre estas e o sujeito, a possibilidade de internalizar e conceptualizar as ações passam a fazer parte de sua realidade

















Condicionamento
Esse mecanismo propõe uma solução bem simples. As crianças ouviriam a fala das outras pessoas e as associaria a um objeto ou a um evento. Mais tarde, quando reproduzisse essa fala, seriam recompensadas pelos adultos. Após aproximações sucessivas, conseguiriam alcançar o modo de falar dos adultos, isso explicaria o progresso da fala da criança, evoluindo do balbucio às frases complexas.
Mas esse mecanismo também tem suas falhas. Primeiramente, os pais das crianças não estão preocupados com os erros gramaticais ou fonéticos cometidos por elas, mas com o conteúdo das elocuções. Além disso, o fenômeno da super-regularização só encontra explicação para o seu término, mas não para o seu início e a produtividade lingüística continua sem explicação, já que as crianças produzem frases pelas quais jamais receberam esforço prévio.
Inatismo
 Chomsky, despertou o interesse de outros estudiosos com o passar do tempo. De acordo com o inatismo, os humanos teriam um dispositivo de aquisição de linguagem (DAL), isto é, estariam biologicamente pré-configurados para adquiri-la.Diversos fatores apóiam essa teoria (STENBERG, 2000):
  • Nossa rápida especialização fonêmica;
  • A rapidez com que as crianças adquirem uma linguagem extremamente complexa, em contato com uma quantidade bem menor de estímulos;
  • Todas as crianças parecem adquirir esses aspectos da linguagem na mesma sucessão e aproximadamente no mesmo tempo;
  • Os humanos possuem diversas estruturas fisiológicas que servem exclusivamente para a fala;
  • As características universais documentadas ao longo do vasto conjunto de línguas humanas (centenas de padrões universais têm sido documentados por todas as línguas ao redor do mundo).
No entanto, parece que nem a natureza, nem a educação sozinhas determinam a aquisição da linguagem. O postulado da testagem de hipótese, sugere a união da natureza e da educação: "as crianças adquirem a linguagem formando mentalmente hipóteses experimentais quanto à mesma, baseadas em sua facilidade hereditária para a sua aquisição (natureza), e depois testando essas hipóteses no ambiente (educação)." (STENBERG, 2000, p.261)
2ª Parte:

Pesquisa feita entre os dias : 06/05/09 à 10/05/09;
Com Ana Francisca Prado de Mesquita, aos 19 meses;
Filha de João Hilário e Zenilda;
Residente em Forquilha, Ceará.


           Os primeiros sons de Ana Francisca foram percebidos durante os 4 e 5 meses. Nos seres seguintes o balbucio evolui, de gritos para sílabas como “pá”, “mã”, “ia” e “ba”.
           A partir dessas primeiras sílabas, os pais começaram a estimular as primeiras palavras. Quando ela falava “pá”, os pais ou quem estivesse por perto, logo corrigia, ou melhor, completava falando: “papai”.
           Segundo a mãe, por volta dos 9 meses a Ana Francisca começou a duplicar as sílabas as primeiras foram: “papa”, “babá” e “mama”.
           Por volta dos 11 ou 12 meses, ela produzia sons para mostrar a chuva e já associava “au-au” a cachorro.
           Aos 13 e 14 meses ela falava “papai” e “mamãe” perfeitamente. Nos meses seguintes ela começou a falar,ou tentar os nomes das pessoas mais próximas os primeiros foram: “Ava” e “Baia” (Sávia e Mara respectivamente) suas irmãs. As outras palavras vieram de maneira mais rápida.
           Após a aquisição das primeiras “palavra”, as pessoas que fazem parte do cotidiano da Ana perceberam que ele entendia tudo que acontecia ao seu redor, mesmo sem falar.
           Com 15 meses ela já usava alguns verbos como: “chai” (sai), “abi” (abre), “ai” (vai) e dá (dar).
           Agora está com 19 meses ainda não forma frases e não elabora perguntas.
           Vocabulário de Ana Francisca com 19 meses:
“Mamãe”
“Papai”
“fofo” ( vovô)
“didia” (titia)
“Neném”
“Abe” (Roberta)
“Ane” (Eliane)
“Aia” (Maria)
“Ava” (Sávia)
“ieié” (picolé)
“aga” (água)                

Aos 19 meses ela ainda não fala frases e não formula perguntas usando palavras, somente com gestos.

Bibliografia


Aimad ( Paule. O surgimento da linguagem na criança, 1998)

Nenhum comentário:

Postar um comentário