Maria Claudete Moura Pinto
Orientador:
Prof. Doutor: Luciano Pontes
Na presente pesquisa estão
concentradas experiências que se completam a pensamentos de educadores,
provenientes de idéias e experimentos por eles realizados em busca de
melhoramentos para uma melhoria de ensino.
Objetiva-se neste desempenho observar, questionar, avaliar e estabelecer
conhecimento para alcançar o que se aspira: saber até que ponto os anglicismos
estão presentes no nosso meio influenciando nova forma de adaptação na língua portuguesa.
O artigo está divido em blocos que abordam as questões mais importantes para a
pesquisadora. Os aspectos que se ressaltam para realização deste trabalho se
resumem em pesquisas teóricas como ALVES (1990), FARACO (2001), SANDMANN
(1993), entre outros e análise de texto que se destinam ao embasamento concreto
da pesquisa. Em seguida se lança uma análise dos resultados num confronto entre
a teoria e a prática, definindo o desafio do que realmente acontece com a
língua portuguesa frente ao anglicismo. Mediante essa contextualização, no
final se conclui que o domínio da língua, oral e escrita frente ao anglicismo,
é utilizada pelos brasileiros para a participação social, comunicando-se,
expressando e defendendo seus pontos de vista.
Palavras-chave: Anglicismo. Linguagem.
Introdução
Sabendo-se que o uso da língua é tido como um conjunto
de signos convencionais utilizados por uma comunidade, que sem intencionalidade
poderá perder a noção de sua importância, por conta dos anglisismo e da função
múltipla que eles exercem é que se resolveu abordar este tema: Os anglicismos
presentes na coluna de turismo do jornal Diário do Nordeste. Objetiva-se
observar, questionar, avaliar e estabelecer conhecimento para alcançar o que se
aspira: saber até que ponto os anglicismos estão presentes no nosso meio
influenciando nova forma de adaptação na língua portuguesa.
A pesquisa está apoiada nas publicações de 04 e11 de
janeiro, 08 e 15 de fevereiro de 2008 delimitando o universo a ser pesquisado e
analisado. Tomou-se como
fonte as pesquisas de Xatara (1992), Sandmann (1993), Angrimani (2001), Faraco
(2001) e outros. Para explorar o assunto em
pauta, que se resume em pesquisas teóricas e análises pressupõe-se que a
partir do momento em que se perder essa raiz brasileira se perderá a origem que
automaticamente não será repassada a nova geração. Por isso, é preciso conter
este desvio e se precisa da conscientização da população em relação ao que este
problema pode ocasionar ao nosso vocabulário.
Sabe-se que a língua é, acima de tudo, um fenômeno
sócio-cultural, pois depende da interação dialógica, o que possibilita a
existência das modalidades escrita e falada, num constante desafio à sua
criatividade, abrindo espaço para inclusão de novas hipóteses e quebra da
rotina.
Conclui-se que a comunicação se torna cada vez mais
indispensável, devido ao progresso da ciência e da tecnologia e só se tornará
eficaz à medida que se passe a questionar a questão da expressão oral ou
escrita que se destaca pelos anglicismos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1 Histórico do anglicismo
Os anglicismos,
simultaneamente falando, são constituídos pela maioria dos empréstimos no
francês, como também em outras línguas. Essa história pode ser explicada pela
supremacia do inglês.
De acordo com Xatara
(1999), a influência inglesa teve inicio no século XVIII e teve seu
desenvolvimento no decorrer dos séculos XIX e XX, sobretudo no que diz respeito
às evoluções das novas tecnologias, e anteriormente, devido aos contatos de
linguagem causados pelos homens das guerras.
Claro, que em fases
anteriores, houve predominância de empréstimos de outros idiomas, mas com o
passar do tempo, esses itens deixam de ser reconhecidos como estrangeirismos.
Talvez, num futuro
bem próximo, os estrangeirismos que se observa atualmente também não serão mais
reconhecidos de tal maneira, pois, o que se tem observado é que a língua vem
evoluindo constantemente e não há fórmulas que mostrem como evitar esse
processo. Os falantes de uma língua são inovadores, criativos e sempre são
capazes de criar, recriar e renovar o léxico de sua língua, de acordo com o
momento, com seus anseios e suas necessidades.
Mas, o que se sabe é
que o contato entre os diversos idiomas do mundo no Brasil vem construindo um
fenômeno lingüístico que invade a língua portuguesa: o anglicismo. Esse
fenômeno tem chamado a atenção dos lingüistas que, atualmente, dentro de certo
espaço, vêm criando debates sobre essas questões lingüísticas.
Pressupõe-se
fundamentalmente, que no vocabulário de uma língua só existam palavras que
estão aliadas ao uso constante do povo, que já estão consolidadas e atestadas
pela cultura, e, que são
imprescindíveis no sistema de
comunicação básica oral ou escrita do brasileiro.
É importante que se
observe que ao trabalhar com o vocabulário considerado básico do anglicismo,
torna-se viável verificar em que ponto está a situação atual dos falados
anglicismo contidos no vocabulário dessa população emergente. À
primeira vista, pode-se observar que deixam transparecer que os anglicismos não
fazem parte das listagens de um vocabulário fundamental, que gira em torno de
milhares de unidades lexicais utilizadas para as línguas latinas. Mas, num
segundo momento, pode-se perceber que eles só ficam consolidados na linguagem
do homem por causa de um amplo uso, devendo, pois, ser contemplados nessas
listagens.
O anglicismo é um
fenômeno natural das línguas. Ocorre porque as comunidades estão em constante
contato e evolução. Mas nem sempre suas renovações são vistas como
enriquecimento da linguagem.
A cada fase da
história há sempre aqueles que se preocupam em preservar uma fase anterior da
língua, considerando as transformações em curso como nocivas. É claro que, num
primeiro instante, o neologismo, apesar de empregado por determinada
necessidade, parece interferir no equilíbrio do sistema lingüístico, devido a
certa dificuldade de integração a esse sistema pelos próprios falantes que o
criaram ou tomaram emprestado. Segundo Xatara (1999, p. 83),
Outra influencia
americana é no nosso modo de falar, onde usamos muitas gírias americanas como:
style, yes, e nós vemos muito disso em cinemas, onde a maioria dos filmes
é Americano. A TV também não influencia só neste tipo de gírias, pois ela
também influencia em nomes que nós falamos em jogos, como o tênis (Doublé-falt,
took spin, ace...), no Vôlei(Match
point, ace, Tie-Break, etc...) e em outros esportes mais. A influência americana começou a
atingir o mundo inteiro devido aos produtos da indústria cultural
(cinematográfica, fonográfica, publicitária etc...). O rádio, a TV, as
revistas, os quadrinhos e o cinema também comtribuíram muito para que o inglês
se pretendesse uma língua universal.
Hoje
em dia é esta a língua dominante nos setores de grandes negócios e nas
principais indústrias, pois, afirma Xatara (1999, p. 99), que,
Cerca de 65% das
informações relacionadas a todos os meios de comunicação do mundo são dominadas
pelos norte-americanos. Os EUA também dominam o mercado de consumo. Percebemos
isso em em bebidas, cigarros, griffes, "manias" e outros elementos do
tipo: Coca-Cola, Mc Donald's, jeans, camisetas, tênis, fast-food, goma de
mascar, rock e filmes de ação, que se tornaram símbolo da cultura mundial com a
mensagem "Made in USA".
Isso
acontece devido à globalização. Ela torna os países um só, pois interliga todos eles, formando grandes
empresas multinacionais.
É preciso reconsiderar,
então, que em pleno século XXI, e vivendo os efeitos da globalização, o mais
importante é que se faça uma conscientização crítica sobre o anglicismo de
forma que saiba fazer o discernimento entre o que é verdadeiro intercâmbio de
culturas e o saber lingüístico,
diferenciando aquilo que não passa de um mero modismo, que mais reflete sobre
os espíritos modernosos e não chegado ao modernismo o que às vezes pode chegar
ao ponto do ridículo.
2
Valorização do anglicismo no Brasil
Celani (1997) confirma a
discussão de Salasar, ao firmar que muitos lingüistas têm feito críticas a
grande expansão que a língua inglesa tem alcançado no mundo. Esses lingüistas
chegam a afirmar que a língua inglesa tem ocupado boa parte do mundo atual por
conta da posição de língua preponderante ou de dominação.
Celani (1997), ressalta
que a expansão da língua inglesa no mundo não é isolada, natural e nem
benéfica, já que exerce reflexos sobre a ordem social do mundo, que lá fora é
marcada pelas desigualdades sociais e globais.
Com efeito, porém, essa
expansão pode constituir-se de grande
ameaça para as outras línguas, quando o inglês torna-se símbolo do imperialismo
como também do interesse de classes.
Celani (1997), ainda
acredita que essa visão pode levar ao nacionalismo exagerado como criar aversão
a língua estrangeira. A autora ainda prefere adotar uma postura moderada sobre
o assunto, a qual reconhece, verdadeiramente, a presença de riscos relativos à
expansão imperialista da língua inglesa de forma exagerada, rejeitando esse
nacionalismo exacerbado.
É preciso que a cultura
seja concebida como processo de negociação, de maneira que seja entendida de
boas condições políticas-sociais no contexto desse mundo globalizado, para levar em conta esse fato de que as fronteiras
tradicionais do mundo estão se soltando e grandes ameaças se aproximando. Dentro
dessa realidade, cabe às pessoas terem conhecimento para resistirem a esse tipo
de imperialismo político, social, econômico e lingüístico que ora assola o
nacionalismo, e passe a relacionar-se de maneira mais construtiva, formativa
encarando, com seriedade os povos dominadores.
Celani (1997) ressalta
ainda que o indivíduo não deve viver e ser um mero reprodutor de línguas e
consumidor passivo de cultura e de conhecimento, mas que seja uma criador
ativo, operante e seja consciente das implicações da expansão do anglicismo e
sua reprodução nacional e produção de situações geradoras de desigualdades globais.
Considerando as áreas
de especialidades de Faraco (2001), é muito mais claro a presença de
anglicismos na escrita, na comunicação oral, sobretudo de substantivos, já que
estes fazem a nomeação das inovações tecnológicas.
No Brasil, na área de
português por exemplo, principalmente na área da informática, observa-se que há
uma quantidade crescente de anglicismos.
Entre leses
observa-se, por exemplo, tanto o “hardware”
como o “software” dos países
anglófonos (que fala inglês, ou que tem o inglês como língua) e, além disso,
toma emprestada a linguagem para designá-los.
Mas, como se observa
que muitas unidades lexicais acabam vulgarizando-se, é necessário que sua
inclusão seja feita nos dicionários a língua nativa.
Faraco (2001), afirma
ainda que além da aquisição de vocábulos submetidas à influência inglesa, as
línguas podem adquirir por empréstimos os sons, como sotaques, ainda traços
semânticos e morfológicos, além de construções sintáticas.
Porém, entre os
elementos que compõem o léxico, são os substantivos que passam, naturalmente,
com maior facilidade de uma linguagem para outra.
Convém dar um realce
em Fiorin (In BARROS, 1999), que faz uma afirmação e esclarece que quando
se aborda o anglicismo no francês, no português, percebe-se que não se trata da
mesma realidade.
Fica claro, que os
contatos entre as línguas dependem de vários fatores, inclusive os culturais, o
que faz com que o esses resultado da influência de uma língua sobre outra e seu
construção posterior aparem com grande distinção.
Afirma Fiorin (In
BARROS, 1999, p. 87), que,
ao
pleitear por dicionários bilíngües francês-português mais adequados aos
aprendizes não se pode negligenciar esse fato. Shopping, em francês, não
tem a mesma acepção que shopping em português do Brasil. Nem sabemos se
seu uso é consagrado no português europeu. Também não se trata de uma
transposição direta do inglês.
Neste sentido, não se
pode dar uma justificativa sobre a não-inclusão de anglicismos comuns em duas
línguas que aparecem em obras que são bilíngües. Além disso, como já foi
mencionado, o anglicismo pode aparecer com mais de um significado, ou seja,
tornar-se polissêmico. Daí passa a adquirir sentidos que são totalmente
contrários em localidade lingüísticas diferenciadas.
De
acordo com Angrimani (2001), nos dias atuais, a polêmica corre em torno do
projeto de lei do deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), que, andando pelas ruas de
nossas cidades, achou que a quantidade de palavras e expressões estrangeiras
(principalmente do inglês) era excessiva.
Num
raciocínio simples, Angrimani (2001),
concluiu que a língua portuguesa estava sendo completamente
descaracterizada e seriamente ameaçada, pondo em risco todo o nosso patrimônio
cultural.
Propôs,
então, à Câmara dos Deputados um projeto de lei (n. 1676/99) que declara lesivo
ao patrimônio cultural brasileiro “todo e qualquer uso de palavra ou expressão
em língua estrangeira”. (www.parabolaeditorial.hpg.ig.com.br)
A
lei do deputado Aldo Rebelo é inapropriada, não se pode exigir do usuário da
língua um dado comportamento, sem que se dê a ele opções e alternativas. O que
está acontecendo atualmente é algo tão autoritário onde se obriga o falante a
usar palavras estranhas ao seu sistema lingüístico, as quais ele não entende e
não sabe pronunciar. (Angrimani, 2001).
A
lei do deputado Aldo Rebelo deve trazer para um debate, uma situação que já
provocava inquietação. Foi somente a partir deste momento que se começou a
tomar consciência e questionar os perigos da descaracterização do vocabulário
português.
3
Globalização da linguagem
O progresso humano é colossal, indispensável e
inevitável, sendo fruto exclusivamente da possibilidade de comunicação, pois
permite ao homem a realização de experiências e promove o intercâmbio das
mesmas, bem como os fracassos sofridos com as diversas soluções pessoais.
A evolução da linguagem foi lenta e
difícil, tendo em vista que, quando existia apenas a língua falada, os
acontecimentos ficavam a mercê dos azares das perturbações sociais. No entanto,
o surgimento da língua escrita garantiu a sobrevivência dos experimentos de
todos os nossos ascendentes, mas também proporcionou o acúmulo de conhecimentos
que tem gerado ou o progresso com a a ocorrência de perda da originalidade da
língua ao surgir os anglicismos.
Atualmente, está se vivendo
a difícil questão da busca de vocabulários em línguas diferentes. As palavras
são fragmentos da cultura da comunidade, que para elas existe uma história, uma
tradição e uma construção de identidade própria. Cada língua analisa e percebe
seu mundo de maneira única, diferente.
São muitos os
tradutores que se sentem frustrados em seus esforços, ao constatar a grande
invasão de palavras não traduzidas em textos em língua portuguesa. Essa invasão
começou na área científica, e essa tendência logo passou para a língua comum,
reproduzindo-se em proporção assustadora.
Pode-se afirmar que
esta reprodução de palavras torna-se um dilema que faz com o que se encontre
soluções para as traduções dessas palavras novas para as quais ainda não há
equivalência em nossa língua.
O usuário da língua
portuguesa não só cria novas palavras quando está necessitando, mas são
absolutamente bem formadas. Como não existe no Brasil nenhuma instituição ou
órgão oficial encarregado da tarefa de regularizar o vocabulário, quem faz isso
acaba sendo o falante comum da língua.
O usuário o faz de modo espontâneo ou
improvisa e na maioria das vezes de forma inconsciente. Ele internacionaliza a
sua língua e pela necessidade de se fazer entender, conforme às normas
pré-existentes, criando palavras perfeitamente gramaticais e aceitáveis.
Conforme informações de Alves, (1999, p.
75),
Os termos
estrangeiros entram em nosso vocabulário perturbando um sistema anterior que
conhecemos. As línguas devem criar novas palavras para novos conceitos. Devemos
tomar itens já existentes para nomear novos objetos. Exemplos como o que se faz
em inglês, (Mouse, site e chip), são palavras velhas com sentido novo,
(home-banking, fast-food e megabyte) são criações mais coerentes e muitas podem
ser traduzidas literalmente. Várias línguas fazem isso e acabamos adotando a
palavra estrangeira por um modismo ou por irresponsabilidade.
Assim
sendo, o vocabulário português está ficando pobre, pois para cada palavra
estrangeira que surge no Brasil, desaparece ou deixa de se criar uma que seja
nacional, pois, toda nova tecnologia que é importada vem acompanhada de seu
nome de origem, e assim, num futuro bem próximo não se fala mais português.
A
adoção de palavras estrangeiras traz problemas, porque seus significados são
desconhecidos para muitas pessoas e não se pode pronunciá-las segundo as normas
da língua portuguesa, por se tornarem interlíngua. A culpa não é atribuída ao
brasileiro, pois não têm a obrigação de conhecer outra língua ou se comunicar
por ela.
O
brasileiro está desorientado diante da ausência de um plano lingüístico.
Pode-se notar que não existe um posicionamento único e bem fundamentado frente
ao problema de novos conceitos na linguagem portuguesa frente aos ancglicismos.
São usadas expressões traduzidas e também o anglicismo, oscilando entre um
campo e outro, como por exemplo em e-mail, como no correio-eletrônico e outros.
A
nacionalização de palavras estrangeiras, bem como a criação de novas, não deve
ocorrer sem o conhecimento de seus usuários. Nossa língua é nosso maior bem
cultural, que temos obrigação de aperfeiçoar e adaptar.
A multiplicidade do nosso
idioma português acrescenta graça e beleza ao mesmo, em decorrência da grande
extensão geográfica e diversidades regionais do nosso País, que resiste à
padronização, mas pouco a pouco tende a desaparecer. Como afirma Martinet (1997, p. 17), “uma língua é um
instrumento de comunicação segundo o qual, de modo variável de comunidade para
comunidade, analisa-se a experiência humana [...] cuja natureza e relações
mútuas também diferem de língua para língua”. Vemos, portanto, que,
nesse processo de transformação lingüística, há o que chamamos de inovação.
Refere-se a tudo aquilo que se afasta dos modelos que já existem na linguagem.
Depende dos falantes da aceitação da inovação, ou seja, da mudança na língua.
É necessário,
então, que se leia os seus padrões da ortoépia e da prosódia, falando e
escrevendo aos moldes estabelecidos pela gramática padrão. Ao mesmo tempo,
exigir das instituições que executem o processo de comunicação correto e
coerentemente. Para tornar um ser humano falante da língua é indispensável que
internalize as regras que compõem a gramática e domine uma parte significativa
do léxico. Sendo imprescindível unir o aspecto formal da língua com as
linguagens falada e escrita.
Metodologia
A pesquisa que ora se apresenta sobre os “Anglicismos usados
na coluna de turismo do Diário do Nordeste”. seguiu os seguintes passos
metodológicos:
- Seleção de material de apoio: Recursos para a fundamentação
teórica e aquisição de jornais – Diário do Nordeste - para a coleta da “Coluna
de Turismo” para levantamento dos anglicismos que lá estavam contidos.
- Leituras e organização da literatura;
- Leitura nos jornais angariados para a seleção dos
anglicismos e feitura das análises.
- Análise dos anglicismos
obtidos;
- Organização geral do
trabalho incluindo a revisão de literatura, análise dos dados, leitura e
releitura da redação, averiguando as informações que foram solicitadas e
forneceram subsídios suficientes para atender os objetivos da pesquisa.
- Data dos jornais utilizados na pesquisa: Dias 04 e 11
de janeiro e 08 e 12 de fevereiro de 2008.
Análise dos resultados da
pesquisa
Apresenta-se
alguns exemplos de anglicismos de uso corrente na coluna de Turismo do Diário
do Nordeste, os quais são compreendidos pela maioria da população.
Observa-se que
atualmente, a utilização de palavras inglesas em todas as classes sociais, tem
sido popularizada, pois está misturada ao português e vem se tornado cada vez
mais popular, comum nem todo Brasil e parece ter virado a linguagem própria de
muitas pessoas. Por conta da influência econômica e cultural dos americanos, o
contato com a língua inglesa vem se tornando comum entre brasileiros. Como
conseqüência disso, as pessoas estão se acostumando a usar várias palavras
inglesas, sem traduzi-las, e pelo uso constante acabam por compreendê-las e
isso ocorre até por quem não sabe falar em inglês.
Também, o que se pode
observar são palavras e frases escritas em inglês espalhadas nas nossas ruas,
em placas de propagandas, por toda parte como em escritórios, academias,
escolas, lanchonetes e assim por diante.
Para muitas pessoas,
isso se trata de uma ameaça à soberania nacional. A seguir, mostra-se como o
anglicismo tem se efetivado na língua portuguesa.
Quadro 1: Anglicismo de uso freqüente
no vocabulário cearense
Escargot
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Pág. 3
|
tipo de caramujo
servido como iguaria
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Buggy
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Carro leve de duas rodas
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By nigh
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perto de, ao lado, próximo de, através de,
por, via, pelo, pela
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Show
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mostra, exibição
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Fonte: Coluna de Turismo do
Diário do Nordeste-CE – 04/01/08
Estas palavras estrangeiras que foram identificadas na Coluna
de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 04/01/08, são tidas como necessárias, ou úteis no vocabulário
cearense entre os negócios ou em outra qualquer atividade. Isso tende a fazer
adaptação comum à fonologia e à morfologia da língua portuguesa, o que vem
gerar o aportuguesamento das palavras.
Sabe-se, porém, que existem também palavras que já foram
aportuguesadas, e que até podem constar ou não constar nos dicionários de
língua portuguesa, cuja origem inglesa ainda é desconhecida para muitos dos
brasileiros. Exemplos: Click
= Clicar; Diskette = Disquete; Cellular = Celular; Stress = Estresse; Maquillage
= Maquiagem; Toilette = Toalete; Shampoo = Xampu, entre outras tantas que são
usadas na linguagem do nosso cotidiano.
Observa-se que na
língua corrente há vários vocábulos que entram e que permanecem na língua. É
preciso averiguar, então, se de fato não caberia a inclusão desses termos nas
listagens desse tipo de vocabulário, visto que seu principal objetivo é, entre
outros, fornecer subsídios para a aprendizagem mais eficaz da língua
estrangeira.
E conforme afirma
Sandmann (1993, p. 39), “é fato muito freqüente
no português de hoje a incorporação de empréstimos lingüísticos, sendo os de
origem inglesa os mais numerosos.”
Os “empréstimos”
referem-se a todas as palavras que podem ser tomadas emprestadas e adotadas
numa língua, ou num outro domínio.
Fica claro e evidente
que o homem com linguagem nata emprega muitas palavras e realiza outras
construções que não estão citadas nos dicionários, nem aparece nos livros
didáticos.
Daí é previsível se
fazer um questionamento em cima disso: não seria prejudicial ao aprendiz a
ausência dessas unidades lexicais. Como a maioria dos manuais de ensino
baseia-se nessas listas para produzir obras direcionadas a determinados níveis,
seria aconselhável que essas listas contemplassem a existência dessas unidades e atestassem seu
uso. O anglicismo é resultado concreto do processo de uma nova lexia na língua
portuguesa que é introduzida no vocabulário do povo brasileiro, em uma época
determinada e com fins determinados.
Quadro 2: Anglicismo de uso freqüente
no vocabulário cearense
Park
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Pág.
2
|
parque
|
outdoors
|
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3
|
Ao ar livre, fora de casa
|
Pink
Fleet
|
|
Embarcação de popa estreita/
passar rapidamente, ir-se, mover-se rapidamente
|
Othon
Place
|
|
Espaço ocupado, posição natural, colocação
certa, residência, moradia, domicílio.
|
American
Express
|
Pag. 4
|
Nativo da América/
por via expressa
|
Card
|
|
cartão
|
Internet
|
|
Significa
rede (net) internacional (inter) significa entre, conecção
|
Deck
|
|
Área
coberta
|
Playgrund
|
|
Local para divertimento, brincadeira,
folguedo, passatempo
|
Wireless
|
|
comunicar-se
(com) por radiotelefonia ou radiotelegrafia
|
Home
theater
|
|
Aparelho
eletrônico
|
Adventure
/ Fair
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Pág 5
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Uma vida de aventuras / feira de amostras
|
Incoming
|
|
Que entra/chega (dinheiro/mercadoria), que
assume um cargo
|
Off
Road
|
|
Desligado,desocupado, livre/
estrada, rodovia, caminho
|
Park
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Pág. 6
|
Parque de diversões
|
Beach
Kebab
|
|
Praia, margem/prato de carne em cubinhos e
vegetais grelhados no espeto
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Turbo
|
|
dispositivo
de um motor de carro que melhora o desempenho
|
Chef
|
|
cozinheiro-chefe
|
Pop
rock
|
|
Cultura
popular
|
Show
|
|
Mostra, exibição, espetáculo, exposição
|
Broadway
|
|
Principal artéria comercial e cultural de
Nova York
|
Stress
|
|
força
ou influência desagradável
|
e-mails
|
|
Correio, mala postal pela internet
|
Mix
|
Pág. 7
|
Mistura, mesclar, amalgamar, combinar.
|
Lupus
Bier
|
|
Designação genérica de doenças
caracterizadas por lesões de pele/ armação
com rodas para transportar ataúdes, esquifes, caixões
|
Convention/ Bureal
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Pág.
8
|
Convenção, acordo, regra, forma social, uso
consagrado/ do norte, setentrional.
|
TheNew
|
|
O
novo
|
Fonte: Coluna de Turismo do
Diário do Nordeste-CE – 11/01/08
Apesar de se saber que
estas palavras não constam nos dicionários portugueses, elas são empregadas
normalmente, de maneira correta ou não, pelos usuários de vários setores, que
acabam se entendendo perfeitamente. Nos negócios, várias destas palavras
identificadas na coluna de Turismo do Diário do Nordeste são comumente
empregadas em sua forma original, sem tradução.
Muitas palavras que hoje no Brasil são cunhadas com a etiqueta
de “anglicismo” poderão criar raízes de tal maneira na língua que será possível
reconhecê-las como pertencentes a ela, passando a receber o mesmo estatuto dos itens vernáculos já
consagrados.
Quadro 3: Anglicismo de uso freqüente
no vocabulário cearense
Ranking
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Pág. 1
|
Classificação, categorização
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Pilot
of the
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Pág. 2
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dirigir /de
|
State of
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Pág. 4
|
Estado,
condição, situação, circunstância
|
On
December
|
|
Em
dezembro
|
Free
shop
|
Pág. 6
|
Venda
livre
|
Shoping
center
|
|
Vem
do verbo to shop - significa fazer
compras
|
Fórum
|
|
lugar
onde se debatem os negócios públicos
|
Donna
Classic
|
|
obra
ou arte clássica
|
Fonte: Coluna de Turismo do
Diário do Nordeste-CE – 08/02/08
Ouve-se
constantemente as pessoas usarem, no dia-a-dia, anglicismos de compreensão.
Atualmente é natural, é comum, é chique, e é moderno usar palavras
americanizadas/inglesas no cotidiano. Ocorre por toda parte: nas propagandas,
nos clubes... Enfim, estão presentes por toda parte. Até casas de comércio
estão preferindo utilizar as denominações estrangeiras nas atividades, mesmo
sabendo que os produtos que estão à venda são meramente nacionais
As
palavras relacionadas no quadro acima foram selecionadas na Coluna
de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 08/02/08, e
mostram a presença de
anglicismos em centros comerciais, que
estão estampadas por toda parte.
Quadro 4: Anglicismo de uso freqüente
no vocabulário cearense
tour
|
Pág. 2
|
Viagem de turismo
|
Workshop
|
Pág. 3
|
Oficina: muito
usada na produtividade na linguagem de negócios
|
Cit tour
|
|
Cidadão turismo
|
show
|
|
Significa
exposição, exibição e mostra
|
Bench
marking
|
Pág. 5
|
Marcação,
que produz marcas
|
Fonte: Coluna de Turismo do
Diário do Nordeste-CE – 15/02/08
O quadro 4 mostra
alguns exemplos de anglicismo de compreensão que caracterizam a realidade cearense. Todas foram identificadas
na Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE. Com base nas experiências, os
cearenses dividem a aceitação da língua inglesa em todas as classes sociais. Se
alguém for numa periferia, ninguém sabe o que significa Workshop.
Mas se for num bairro nobre de Fortaleza, onde as pessoas têm mais estudo, nem
precisa traduzir.
No que diz respeito à informática,
várias palavras já foram traduzidas para o português, como salvar e formatar. Algumas permaneceram inalteradas, como
off-line, software e hardware, enquanto outras foram adaptadas e até criadas,
como deletar (apagar), printar (imprimir), estartar (iniciar) e atachar
(anexar). Apesar de não constarem nos dicionários, são empregadas normalmente,
de maneira correta ou não, pelos
usuários de computadores, que acabam se entendendo perfeitamente. Com efeito, a
moda agora na informática é site, mouse, byte, home page, shift, chip, e-mail,
on line, game, afora os neologismos como navegar, clicar e assim por diante. (Fonte:
www.disal.com.br)
A inclusão desses
novos elementos na língua dos brasileiros, deve ser observada e estabelecida
uma política lingüística que faça com que seja instaurado um planejamento de ordem lingüística que seja
apropriado à realidade brasileira para que as unidades novas ingressem de forma
adequada na língua receptora, e para que, ocorra assim, sugere-se que sejam
admitidas, e possam receber uma grafia padronizada e finalmente, sejam
incluídas oficialmente nas obras lexicográficas.
Alguns itens já estão
tão incorporados à língua portuguesa no Brasil, que além de estar recebendo
nova grafia e de estar flexionada de acordo com as características da língua
receptora, passam a fazer parte, naturalmente, da formação de palavras da
língua mãe, compondo outros itens híbridos e, muitas em muitos casos,
adquirindo significados que estão bastante distintos daqueles que constituem a
língua de origem.
Considerações
finais
Após essa pesquisa sobre
anglicismos na Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE, ficou-se pensando
sobre qual o sentido em se dizer tantas coisas numa língua que nem é a nossa,
que poucas pessoas podem compreender essas palavras e que na realidade não têm
menor significado para a maior parte da população brasileira, no caso do povo
cearense.
A constatação
da presença dos anglicismos no nosso meio pede uma reflexão sobre a grande
influência do inglês sobre nossa população e, no contexto deste trabalho, sobre
a língua portuguesa. Na realidade, sabe-se que essa influência teve início com
a indústria cinematográfica, seguida do rock’n roll, e, atualmente através da
alta e presente tecnologia que atua rigorosamente a falar um idioma diferente
para poder compreender os aparelhos eletrônicos, que fazem parte do nosso
dia-a-dia, principalmente o computador.
Enfim, o assunto do
anglicismo não é um tema que se possa considerar isoladamente, que possa na
realidade ser analisado sem levar em conta as grandes mudanças pelas quais a
Língua Portuguesa no Brasil, tem passado nos últimos anos.
Com base na discussão
apresentada, concluí-se que a invasão dos anglicismos no nosso meio, ou seja,
na Língua Portuguesa, é inevitável, pois está presente em toda parte e reflete
fortemente na preponderância da língua inglesa, tendo tem forte atuação no
contexto de integração sócio-político-econômica e cultural do povo brasileiro.
Referências Bibliográficas
ALVES,
Ieda Maria. Neologismo. São Paulo: Ática, 1990.
ANGRIMANI,
Danilo. Invasão do inglês: moda ou
ameaça? Disponível em
www.novomilenio.inf.br/idioma. 18/03/2001
ASSMAN, Hugo. Sociedade aprendente e sensibilidade solidária. Petrópolis: Vozes, 1998.
CELANI,
M. A. A. Ensino de segunda língua:
redescobrindo as origens. São Paulo:
EDUC, 1997.
FARACO,
C. A. (organização) Estrangeirismos:
guerras em torno da língua. São
Paulo:
Parábola, 2001.
FIORIN,
J.L. Polifonia textual e discursiva. In: BARROS, D. L. P. de; FIORIN, J. L.
(orgs.), Dialogismo, polifonia, intertextualidade. São Paulo: Editora
da Universidade de São Paulo, 1999.
MARTINET, André. Elementos de Lingüística Geral.
Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1997.
SANDMANN, Antônio José. A linguagem da
propaganda. São Paulo: Contexto, 1993.
XATARA,
C. M. Empréstimos, estrangeirismos e
suas medidas. São Paulo: Alfa,
v.
36, 1992.
Sites visitados
www.disal.com.br
www.disal.com.br/nroutes.
www.planetanews.com.
Fontes de pesquisa
CEARÁ. Coluna de Turismo do Diário do
Nordeste - CE – 04/01/08.
______. Coluna de Turismo do Diário do
Nordeste-CE – 11/01/08.
______. Coluna de Turismo do Diário do
Nordeste-CE – 08/02/08.
______. Coluna de Turismo do
Diário do Nordeste-CE – 15/02/08.
nao serviu pra nada
ResponderExcluirCompleto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirUm blá-blá-blá sem conteúdo.
ResponderExcluirInformações insuficientes
ResponderExcluirLUPUS (lobo, em latim), não é anglicismo... BIER vem do alemão, em inglês é BEER. American Express é um cartão de crédito, e a tradução que deram está errada. E o erro mais grotesco foi CONECÇÃO...
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