sábado, 6 de outubro de 2012

OS ANGLICISMOS PRESENTES NA COLUNA DE TURISMO DO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE






Maria Claudete Moura Pinto
                                               Orientador: Prof. Doutor: Luciano Pontes

            Na presente pesquisa estão concentradas experiências que se completam a pensamentos de educadores, provenientes de idéias e experimentos por eles realizados em busca de melhoramentos para uma melhoria de ensino.   Objetiva-se neste desempenho observar, questionar, avaliar e estabelecer conhecimento para alcançar o que se aspira: saber até que ponto os anglicismos estão presentes no nosso meio influenciando nova forma de adaptação na língua portuguesa. O artigo está divido em blocos que abordam as questões mais importantes para a pesquisadora. Os aspectos que se ressaltam para realização deste trabalho se resumem em pesquisas teóricas como ALVES (1990), FARACO (2001), SANDMANN (1993), entre outros e análise de texto que se destinam ao embasamento concreto da pesquisa. Em seguida se lança uma análise dos resultados num confronto entre a teoria e a prática, definindo o desafio do que realmente acontece com a língua portuguesa frente ao anglicismo. Mediante essa contextualização, no final se conclui que o domínio da língua, oral e escrita frente ao anglicismo, é utilizada pelos brasileiros para a participação social, comunicando-se, expressando e defendendo seus pontos de vista.
Palavras-chave: Anglicismo. Linguagem.
 
Introdução

Sabendo-se que o uso da língua é tido como um conjunto de signos convencionais utilizados por uma comunidade, que sem intencionalidade poderá perder a noção de sua importância, por conta dos anglisismo e da função múltipla que eles exercem é que se resolveu abordar este tema: Os anglicismos presentes na coluna de turismo do jornal Diário do Nordeste. Objetiva-se observar, questionar, avaliar e estabelecer conhecimento para alcançar o que se aspira: saber até que ponto os anglicismos estão presentes no nosso meio influenciando nova forma de adaptação na língua portuguesa.
A pesquisa está apoiada nas publicações de 04 e11 de janeiro, 08 e 15 de fevereiro de 2008 delimitando o universo a ser pesquisado e analisado. Tomou-se como fonte as pesquisas de Xatara (1992), Sandmann (1993), Angrimani (2001), Faraco (2001) e outros. Para explorar o assunto em pauta, que se resume em pesquisas teóricas e análises pressupõe-se que a partir do momento em que se perder essa raiz brasileira se perderá a origem que automaticamente não será repassada a nova geração. Por isso, é preciso conter este desvio e se precisa da conscientização da população em relação ao que este problema pode ocasionar ao nosso vocabulário.
Sabe-se que a língua é, acima de tudo, um fenômeno sócio-cultural, pois depende da interação dialógica, o que possibilita a existência das modalidades escrita e falada, num constante desafio à sua criatividade, abrindo espaço para inclusão de novas hipóteses e quebra da rotina.
Conclui-se que a comunicação se torna cada vez mais indispensável, devido ao progresso da ciência e da tecnologia e só se tornará eficaz à medida que se passe a questionar a questão da expressão oral ou escrita que se destaca pelos anglicismos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1 Histórico do anglicismo

Os anglicismos, simultaneamente falando, são constituídos pela maioria dos empréstimos no francês, como também em outras línguas. Essa história pode ser explicada pela supremacia do inglês. 
De acordo com Xatara (1999), a influência inglesa teve inicio no século XVIII e teve seu desenvolvimento no decorrer dos séculos XIX e XX, sobretudo no que diz respeito às evoluções das novas tecnologias, e anteriormente, devido aos contatos de linguagem causados pelos homens das guerras.
Claro, que em fases anteriores, houve predominância de empréstimos de outros idiomas, mas com o passar do tempo, esses itens deixam de ser reconhecidos como estrangeirismos.
Talvez, num futuro bem próximo, os estrangeirismos que se observa atualmente também não serão mais reconhecidos de tal maneira, pois, o que se tem observado é que a língua vem evoluindo constantemente e não há fórmulas que mostrem como evitar esse processo. Os falantes de uma língua são inovadores, criativos e sempre são capazes de criar, recriar e renovar o léxico de sua língua, de acordo com o momento, com seus anseios e suas necessidades.
Mas, o que se sabe é que o contato entre os diversos idiomas do mundo no Brasil vem construindo um fenômeno lingüístico que invade a língua portuguesa: o anglicismo. Esse fenômeno tem chamado a atenção dos lingüistas que, atualmente, dentro de certo espaço, vêm criando debates sobre essas questões lingüísticas.
Pressupõe-se fundamentalmente, que no vocabulário de uma língua só existam palavras que estão aliadas ao uso constante do povo, que já estão consolidadas e atestadas pela cultura, e, que  são imprescindíveis  no sistema de comunicação básica oral ou escrita do brasileiro.
É importante que se observe que ao trabalhar com o vocabulário considerado básico do anglicismo, torna-se viável verificar em que ponto está a situação atual dos falados anglicismo contidos  no  vocabulário dessa população emergente. À primeira vista, pode-se observar que deixam transparecer que os anglicismos não fazem parte das listagens de um vocabulário fundamental, que gira em torno de milhares de unidades lexicais utilizadas para as línguas latinas. Mas, num segundo momento, pode-se perceber que eles só ficam consolidados na linguagem do homem por causa de um amplo uso, devendo, pois, ser contemplados nessas listagens.
O anglicismo é um fenômeno natural das línguas. Ocorre porque as comunidades estão em constante contato e evolução. Mas nem sempre suas renovações são vistas como enriquecimento da linguagem.
A cada fase da história há sempre aqueles que se preocupam em preservar uma fase anterior da língua, considerando as transformações em curso como nocivas. É claro que, num primeiro instante, o neologismo, apesar de empregado por determinada necessidade, parece interferir no equilíbrio do sistema lingüístico, devido a certa dificuldade de integração a esse sistema pelos próprios falantes que o criaram ou tomaram emprestado. Segundo Xatara (1999, p. 83),

Outra influencia americana é no nosso modo de falar, onde usamos muitas gírias americanas como: style, yes,  e nós vemos muito disso em cinemas, onde a maioria dos filmes é Americano. A TV também não influencia só neste tipo de gírias, pois ela também influencia em nomes que nós falamos em jogos, como o tênis (Doublé-falt, took spin, ace...), no  Vôlei(Match point, ace, Tie-Break, etc...) e em outros esportes mais.  A influência americana começou a atingir o mundo inteiro devido aos produtos da indústria cultural (cinematográfica, fonográfica, publicitária etc...). O rádio, a TV, as revistas, os quadrinhos e o cinema também comtribuíram muito para que o inglês se pretendesse uma língua universal.

Hoje em dia é esta a língua dominante nos setores de grandes negócios e nas principais indústrias, pois, afirma Xatara (1999, p. 99), que,
Cerca de 65% das informações relacionadas a todos os meios de comunicação do mundo são dominadas pelos norte-americanos. Os EUA também dominam o mercado de consumo. Percebemos isso em em bebidas, cigarros, griffes, "manias" e outros elementos do tipo: Coca-Cola, Mc Donald's, jeans, camisetas, tênis, fast-food, goma de mascar, rock e filmes de ação, que se tornaram símbolo da cultura mundial com a mensagem "Made in USA".

Isso acontece devido à globalização. Ela torna os países um só, pois  interliga todos eles, formando grandes empresas multinacionais.
É preciso reconsiderar, então, que em pleno século XXI, e vivendo os efeitos da globalização, o mais importante é que se faça uma conscientização crítica sobre o anglicismo de forma que saiba fazer o discernimento entre o que é verdadeiro intercâmbio de culturas e o saber  lingüístico, diferenciando aquilo que não passa de um mero modismo, que mais reflete sobre os espíritos modernosos e não chegado ao modernismo o que às vezes pode chegar ao ponto do ridículo.

2 Valorização do anglicismo no Brasil

Celani (1997) confirma a discussão de Salasar, ao firmar que muitos lingüistas têm feito críticas a grande expansão que a língua inglesa tem alcançado no mundo. Esses lingüistas chegam a afirmar que a língua inglesa tem ocupado boa parte do mundo atual por conta da posição de língua preponderante ou de dominação.
Celani (1997), ressalta que a expansão da língua inglesa no mundo não é isolada, natural e nem benéfica, já que exerce reflexos sobre a ordem social do mundo, que lá fora é marcada pelas desigualdades sociais e globais.
Com efeito, porém, essa expansão pode constituir-se  de grande ameaça para as outras línguas, quando o inglês torna-se símbolo do imperialismo como também do interesse de classes.
Celani (1997), ainda acredita que essa visão pode levar ao nacionalismo exagerado como criar aversão a língua estrangeira. A autora ainda prefere adotar uma postura moderada sobre o assunto, a qual reconhece, verdadeiramente, a presença de riscos relativos à expansão imperialista da língua inglesa de forma exagerada, rejeitando esse nacionalismo exacerbado.
É preciso que a cultura seja concebida como processo de negociação, de maneira que seja entendida de boas condições políticas-sociais no contexto desse mundo globalizado, para  levar em conta esse fato de que as fronteiras tradicionais do mundo estão se soltando e grandes ameaças se aproximando. Dentro dessa realidade, cabe às pessoas terem conhecimento para resistirem a esse tipo de imperialismo político, social, econômico e lingüístico que ora assola o nacionalismo, e passe a relacionar-se de maneira mais construtiva, formativa encarando, com seriedade os povos dominadores.
Celani (1997) ressalta ainda que o indivíduo não deve viver e ser um mero reprodutor de línguas e consumidor passivo de cultura e de conhecimento, mas que seja uma criador ativo, operante e seja consciente das implicações da expansão do anglicismo e sua reprodução nacional e produção de situações geradoras de desigualdades globais.
Considerando as áreas de especialidades de Faraco (2001), é muito mais claro a presença de anglicismos na escrita, na comunicação oral, sobretudo de substantivos, já que estes fazem a nomeação das inovações tecnológicas.
No Brasil, na área de português por exemplo, principalmente na área da informática, observa-se que há uma quantidade crescente de anglicismos.
Entre leses observa-se, por exemplo, tanto o “hardware” como o “software” dos países anglófonos (que fala inglês, ou que tem o inglês como língua) e, além disso, toma emprestada a linguagem para designá-los.
Mas, como se observa que muitas unidades lexicais acabam vulgarizando-se, é necessário que sua inclusão seja feita nos dicionários a língua nativa.
Faraco (2001), afirma ainda que além da aquisição de vocábulos submetidas à influência inglesa, as línguas podem adquirir por empréstimos os sons, como sotaques, ainda traços semânticos e morfológicos, além de construções sintáticas.
Porém, entre os elementos que compõem o léxico, são os substantivos que passam, naturalmente, com maior facilidade de uma linguagem para outra.
Convém dar um realce em Fiorin (In BARROS, 1999), que faz uma afirmação e esclarece que quando se aborda o anglicismo no francês, no português, percebe-se que não se trata da mesma realidade.
Fica claro, que os contatos entre as línguas dependem de vários fatores, inclusive os culturais, o que faz com que o esses resultado da influência de uma língua sobre outra e seu construção posterior aparem com grande distinção.
Afirma Fiorin (In BARROS, 1999, p. 87), que,

ao pleitear por dicionários bilíngües francês-português mais adequados aos aprendizes não se pode negligenciar esse fato. Shopping, em francês, não tem a mesma acepção que shopping em português do Brasil. Nem sabemos se seu uso é consagrado no português europeu. Também não se trata de uma transposição direta do inglês.

Neste sentido, não se pode dar uma justificativa sobre a não-inclusão de anglicismos comuns em duas línguas que aparecem em obras que são bilíngües. Além disso, como já foi mencionado, o anglicismo pode aparecer com mais de um significado, ou seja, tornar-se polissêmico. Daí passa a adquirir sentidos que são totalmente contrários em localidade lingüísticas diferenciadas.
De acordo com Angrimani (2001), nos dias atuais, a polêmica corre em torno do projeto de lei do deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), que, andando pelas ruas de nossas cidades, achou que a quantidade de palavras e expressões estrangeiras (principalmente do inglês) era excessiva.
Num raciocínio simples, Angrimani (2001),  concluiu que a língua portuguesa estava sendo completamente descaracterizada e seriamente ameaçada, pondo em risco todo o nosso patrimônio cultural.
Propôs, então, à Câmara dos Deputados um projeto de lei (n. 1676/99) que declara lesivo ao patrimônio cultural brasileiro “todo e qualquer uso de palavra ou expressão em língua estrangeira”. (www.parabolaeditorial.hpg.ig.com.br)
A lei do deputado Aldo Rebelo é inapropriada, não se pode exigir do usuário da língua um dado comportamento, sem que se dê a ele opções e alternativas. O que está acontecendo atualmente é algo tão autoritário onde se obriga o falante a usar palavras estranhas ao seu sistema lingüístico, as quais ele não entende e não sabe pronunciar. (Angrimani, 2001).
A lei do deputado Aldo Rebelo deve trazer para um debate, uma situação que já provocava inquietação. Foi somente a partir deste momento que se começou a tomar consciência e questionar os perigos da descaracterização do vocabulário português.

3 Globalização da linguagem

O progresso humano é colossal, indispensável e inevitável, sendo fruto exclusivamente da possibilidade de comunicação, pois permite ao homem a realização de experiências e promove o intercâmbio das mesmas, bem como os fracassos sofridos com as diversas soluções pessoais.
A evolução da linguagem foi lenta e difícil, tendo em vista que, quando existia apenas a língua falada, os acontecimentos ficavam a mercê dos azares das perturbações sociais. No entanto, o surgimento da língua escrita garantiu a sobrevivência dos experimentos de todos os nossos ascendentes, mas também proporcionou o acúmulo de conhecimentos que tem gerado ou o progresso com a a ocorrência de perda da originalidade da língua ao surgir os anglicismos.
Atualmente, está se vivendo a difícil questão da busca de vocabulários em línguas diferentes. As palavras são fragmentos da cultura da comunidade, que para elas existe uma história, uma tradição e uma construção de identidade própria. Cada língua analisa e percebe seu mundo de maneira única, diferente.
São muitos os tradutores que se sentem frustrados em seus esforços, ao constatar a grande invasão de palavras não traduzidas em textos em língua portuguesa. Essa invasão começou na área científica, e essa tendência logo passou para a língua comum, reproduzindo-se em proporção assustadora.
Pode-se afirmar que esta reprodução de palavras torna-se um dilema que faz com o que se encontre soluções para as traduções dessas palavras novas para as quais ainda não há equivalência  em nossa língua.
O usuário da língua portuguesa não só cria novas palavras quando está necessitando, mas são absolutamente bem formadas. Como não existe no Brasil nenhuma instituição ou órgão oficial encarregado da tarefa de regularizar o vocabulário, quem faz isso acaba sendo o falante comum da língua.
O usuário o faz de modo espontâneo ou improvisa e na maioria das vezes de forma inconsciente. Ele internacionaliza a sua língua e pela necessidade de se fazer entender, conforme às normas pré-existentes, criando palavras perfeitamente gramaticais e aceitáveis.
Conforme informações de Alves, (1999, p. 75),


Os termos estrangeiros entram em nosso vocabulário perturbando um sistema anterior que conhecemos. As línguas devem criar novas palavras para novos conceitos. Devemos tomar itens já existentes para nomear novos objetos. Exemplos como o que se faz em inglês, (Mouse, site e chip), são palavras velhas com sentido novo, (home-banking, fast-food e megabyte) são criações mais coerentes e muitas podem ser traduzidas literalmente. Várias línguas fazem isso e acabamos adotando a palavra estrangeira por um modismo ou por irresponsabilidade.

Assim sendo, o vocabulário português está ficando pobre, pois para cada palavra estrangeira que surge no Brasil, desaparece ou deixa de se criar uma que seja nacional, pois, toda nova tecnologia que é importada vem acompanhada de seu nome de origem, e assim, num futuro bem próximo não se fala mais português.
A adoção de palavras estrangeiras traz problemas, porque seus significados são desconhecidos para muitas pessoas e não se pode pronunciá-las segundo as normas da língua portuguesa, por se tornarem interlíngua. A culpa não é atribuída ao brasileiro, pois não têm a obrigação de conhecer outra língua ou se comunicar por ela.
O brasileiro está desorientado diante da ausência de um plano lingüístico. Pode-se notar que não existe um posicionamento único e bem fundamentado frente ao problema de novos conceitos na linguagem portuguesa frente aos ancglicismos. São usadas expressões traduzidas e também o anglicismo, oscilando entre um campo e outro, como por exemplo em e-mail, como no correio-eletrônico e outros.
A nacionalização de palavras estrangeiras, bem como a criação de novas, não deve ocorrer sem o conhecimento de seus usuários. Nossa língua é nosso maior bem cultural, que temos obrigação de aperfeiçoar e adaptar.
A multiplicidade do nosso idioma português acrescenta graça e beleza ao mesmo, em decorrência da grande extensão geográfica e diversidades regionais do nosso País, que resiste à padronização, mas pouco a pouco tende a desaparecer. Como afirma Martinet (1997, p. 17), “uma língua é um instrumento de comunicação segundo o qual, de modo variável de comunidade para comunidade, analisa-se a experiência humana [...] cuja natureza e relações mútuas também diferem de língua para língua”. Vemos, portanto, que, nesse processo de transformação lingüística, há o que chamamos de inovação. Refere-se a tudo aquilo que se afasta dos modelos que já existem na linguagem. Depende dos falantes da aceitação da inovação, ou seja, da mudança na língua.
  É necessário, então, que se leia os seus padrões da ortoépia e da prosódia, falando e escrevendo aos moldes estabelecidos pela gramática padrão. Ao mesmo tempo, exigir das instituições que executem o processo de comunicação correto e coerentemente. Para tornar um ser humano falante da língua é indispensável que internalize as regras que compõem a gramática e domine uma parte significativa do léxico. Sendo imprescindível unir o aspecto formal da língua com as linguagens falada e escrita.
Metodologia

A pesquisa que ora se apresenta sobre os “Anglicismos usados na coluna de turismo do Diário do Nordeste”. seguiu os seguintes passos metodológicos:
- Seleção de material de apoio: Recursos para a fundamentação teórica e aquisição de jornais – Diário do Nordeste - para a coleta da “Coluna de Turismo” para levantamento dos anglicismos que lá estavam contidos.
- Leituras e organização da literatura;
- Leitura nos jornais angariados para a seleção dos anglicismos e feitura das análises.
- Análise dos anglicismos obtidos;
- Organização geral do trabalho incluindo a revisão de literatura, análise dos dados, leitura e releitura da redação, averiguando as informações que foram solicitadas e forneceram subsídios suficientes para atender os objetivos da pesquisa.
- Data dos  jornais utilizados na pesquisa: Dias 04 e 11 de janeiro e 08 e 12 de fevereiro de 2008.

Análise dos resultados da pesquisa

Apresenta-se alguns exemplos de anglicismos de uso corrente na coluna de Turismo do Diário do Nordeste, os quais são compreendidos pela maioria da população.
Observa-se que atualmente, a utilização de palavras inglesas em todas as classes sociais, tem sido popularizada, pois está misturada ao português e vem se tornado cada vez mais popular, comum nem todo Brasil e parece ter virado a linguagem própria de muitas pessoas. Por conta da influência econômica e cultural dos americanos, o contato com a língua inglesa vem se tornando comum entre brasileiros. Como conseqüência disso, as pessoas estão se acostumando a usar várias palavras inglesas, sem traduzi-las, e pelo uso constante acabam por compreendê-las e isso ocorre até por quem não sabe falar em inglês.
Também, o que se pode observar são palavras e frases escritas em inglês espalhadas nas nossas ruas, em placas de propagandas, por toda parte como em escritórios, academias, escolas, lanchonetes e assim por diante.
Para muitas pessoas, isso se trata de uma ameaça à soberania nacional. A seguir, mostra-se como o anglicismo tem se efetivado na língua portuguesa.

Quadro 1: Anglicismo de uso freqüente no vocabulário cearense
Escargot
Pág. 3
tipo de caramujo servido como iguaria
Buggy

Carro leve de duas rodas
By nigh
Pág. 4
perto de, ao lado, próximo de, através de, por, via, pelo, pela
Show

mostra, exibição
Fonte: Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 04/01/08

Estas palavras estrangeiras que foram identificadas na Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 04/01/08, são tidas como necessárias, ou úteis no vocabulário cearense entre os negócios ou em outra qualquer atividade. Isso tende a fazer adaptação comum à fonologia e à morfologia da língua portuguesa, o que vem gerar o aportuguesamento das palavras.
Sabe-se, porém, que existem também palavras que já foram aportuguesadas, e que até podem constar ou não constar nos dicionários de língua portuguesa, cuja origem inglesa ainda é desconhecida para muitos dos brasileiros. Exemplos: Click = Clicar; Diskette = Disquete; Cellular = Celular; Stress = Estresse; Maquillage = Maquiagem; Toilette = Toalete; Shampoo = Xampu, entre outras tantas que são usadas na linguagem do nosso cotidiano.
Observa-se que na língua corrente há vários vocábulos que entram e que permanecem na língua. É preciso averiguar, então, se de fato não caberia a inclusão desses termos nas listagens desse tipo de vocabulário, visto que seu principal objetivo é, entre outros, fornecer subsídios para a aprendizagem mais eficaz da língua estrangeira.
E conforme afirma Sandmann (1993, p. 39),é fato muito freqüente no português de hoje a incorporação de empréstimos lingüísticos, sendo os de origem inglesa os mais numerosos.”
Os “empréstimos” referem-se a todas as palavras que podem ser tomadas emprestadas e adotadas numa língua, ou num outro domínio.
Fica claro e evidente que o homem com linguagem nata emprega muitas palavras e realiza outras construções que não estão citadas nos dicionários, nem aparece nos livros didáticos.
Daí é previsível se fazer um questionamento em cima disso: não seria prejudicial ao aprendiz a ausência dessas unidades lexicais. Como a maioria dos manuais de ensino baseia-se nessas listas para produzir obras direcionadas a determinados níveis, seria aconselhável que essas listas contemplassem a  existência dessas unidades e atestassem seu uso. O anglicismo é resultado concreto do processo de uma nova lexia na língua portuguesa que é introduzida no vocabulário do povo brasileiro, em uma época determinada e com fins determinados.

Quadro 2: Anglicismo de uso freqüente no vocabulário cearense
Park
Pág. 2
parque
outdoors
Pág. 3
Ao ar livre, fora de casa
Pink Fleet

Embarcação de popa estreita/ passar rapidamente, ir-se, mover-se rapidamente
Othon Place

Espaço ocupado, posição natural, colocação certa, residência, moradia, domicílio.
American Express
Pag. 4
Nativo da América/ por via expressa
Card

cartão
Internet

Significa rede (net) internacional (inter) significa entre, conecção
Deck

Área coberta
Playgrund

Local para divertimento, brincadeira, folguedo, passatempo
Wireless

comunicar-se (com) por radiotelefonia ou radiotelegrafia
Home theater

Aparelho eletrônico
Adventure / Fair
Pág 5
Uma vida de aventuras / feira de amostras
Incoming

Que entra/chega (dinheiro/mercadoria), que assume um cargo
Off Road

Desligado,desocupado, livre/ estrada, rodovia, caminho
Park
Pág. 6
Parque de diversões
Beach Kebab

Praia, margem/prato de carne em cubinhos e vegetais grelhados no espeto
Turbo

dispositivo de um motor de carro que melhora o desempenho
Chef

cozinheiro-chefe
Pop rock

Cultura popular
Show

Mostra, exibição, espetáculo, exposição
Broadway

Principal artéria comercial e cultural de Nova York
Stress

força ou influência desagradável
e-mails

Correio, mala postal pela internet
Mix
Pág. 7
Mistura, mesclar, amalgamar, combinar.
Lupus Bier

Designação genérica de doenças caracterizadas por lesões de pele/ armação com rodas para transportar ataúdes, esquifes, caixões
Convention/ Bureal
Pág.  8
Convenção, acordo, regra, forma social, uso consagrado/ do norte, setentrional.
TheNew

O novo
Fonte: Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 11/01/08

Apesar de se saber que estas palavras não constam nos dicionários portugueses, elas são empregadas normalmente, de maneira correta ou não, pelos usuários de vários setores, que acabam se entendendo perfeitamente. Nos negócios, várias destas palavras identificadas na coluna de Turismo do Diário do Nordeste são comumente empregadas em sua forma original, sem tradução.
Muitas palavras que hoje no Brasil são cunhadas com a etiqueta de “anglicismo” poderão criar raízes de tal maneira na língua que será possível reconhecê-las como pertencentes a ela, passando a receber  o mesmo estatuto dos itens vernáculos já consagrados.

Quadro 3: Anglicismo de uso freqüente no vocabulário cearense
Ranking
Pág. 1
Classificação, categorização
Pilot of the
Pág. 2
dirigir /de
State of Ceará
Pág. 4
Estado, condição, situação, circunstância
On December

 Em dezembro
Free shop
Pág. 6
Venda livre
Shoping center

Vem do verbo to shop  - significa fazer compras
Fórum

lugar onde se debatem os negócios públicos
Donna Classic

obra ou arte clássica
Fonte: Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 08/02/08

Ouve-se constantemente as pessoas usarem, no dia-a-dia, anglicismos de compreensão. Atualmente é natural, é comum, é chique, e é moderno usar palavras americanizadas/inglesas no cotidiano. Ocorre por toda parte: nas propagandas, nos clubes... Enfim, estão presentes por toda parte. Até casas de comércio estão preferindo utilizar as denominações estrangeiras nas atividades, mesmo sabendo que os produtos que estão à venda são meramente nacionais
As palavras relacionadas no quadro acima foram selecionadas na Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 08/02/08, e mostram a presença de anglicismos em centros  comerciais, que estão estampadas por toda parte.

Quadro 4: Anglicismo de uso freqüente no vocabulário cearense
tour
Pág. 2
Viagem de turismo
Workshop
Pág. 3
Oficina: muito usada na produtividade na linguagem de negócios
Cit tour

Cidadão turismo
show

Significa exposição, exibição e mostra
Bench marking
Pág. 5
 Marcação, que produz marcas
Fonte: Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 15/02/08

O quadro 4 mostra alguns exemplos de anglicismo de compreensão que caracterizam a realidade cearense. Todas foram identificadas na Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE. Com base nas experiências, os cearenses dividem a aceitação da língua inglesa em todas as classes sociais. Se alguém for numa periferia, ninguém sabe o que significa Workshop. Mas se for num bairro nobre de Fortaleza, onde as pessoas têm mais estudo, nem precisa traduzir.
No que diz respeito à informática, várias palavras já foram traduzidas para o português, como salvar e formatar. Algumas permaneceram inalteradas, como off-line, software e hardware, enquanto outras foram adaptadas e até criadas, como deletar (apagar), printar (imprimir), estartar (iniciar) e atachar (anexar). Apesar de não constarem nos dicionários, são empregadas normalmente, de maneira correta ou não,  pelos usuários de computadores, que acabam se entendendo perfeitamente. Com efeito, a moda agora na informática é site, mouse, byte, home page, shift, chip, e-mail, on line, game, afora os neologismos como navegar, clicar e assim por diante. (Fonte:  www.disal.com.br)
A inclusão desses novos elementos na língua dos brasileiros, deve ser observada e estabelecida uma política lingüística que faça com que seja instaurado  um planejamento de ordem lingüística que seja apropriado à realidade brasileira para que as unidades novas ingressem de forma adequada na língua receptora, e para que, ocorra assim, sugere-se que sejam admitidas, e possam receber uma grafia padronizada e finalmente, sejam incluídas oficialmente nas obras lexicográficas.
Alguns itens já estão tão incorporados à língua portuguesa no Brasil, que além de estar recebendo nova grafia e de estar flexionada de acordo com as características da língua receptora, passam a fazer parte, naturalmente, da formação de palavras da língua mãe, compondo outros itens híbridos e, muitas em muitos casos, adquirindo significados que estão bastante distintos daqueles que constituem a língua de origem.

Considerações finais


Após essa pesquisa sobre anglicismos na Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE, ficou-se pensando sobre qual o sentido em se dizer tantas coisas numa língua que nem é a nossa, que poucas pessoas podem compreender essas palavras e que na realidade não têm menor significado para a maior parte da população brasileira, no caso do povo cearense.
A constatação da presença dos anglicismos no nosso meio pede uma reflexão sobre a grande influência do inglês sobre nossa população e, no contexto deste trabalho, sobre a língua portuguesa. Na realidade, sabe-se que essa influência teve início com a indústria cinematográfica, seguida do rock’n roll, e, atualmente através da alta e presente tecnologia que atua rigorosamente a falar um idioma diferente para poder compreender os aparelhos eletrônicos, que fazem parte do nosso dia-a-dia, principalmente o computador.
Enfim, o assunto do anglicismo não é um tema que se possa considerar isoladamente, que possa na realidade ser analisado sem levar em conta as grandes mudanças pelas quais a Língua Portuguesa no Brasil, tem passado nos últimos anos.
Com base na discussão apresentada, concluí-se que a invasão dos anglicismos no nosso meio, ou seja, na Língua Portuguesa, é inevitável, pois está presente em toda parte e reflete fortemente na preponderância da língua inglesa, tendo tem forte atuação no contexto de integração sócio-político-econômica e cultural do povo brasileiro.

Referências Bibliográficas


ALVES, Ieda Maria. Neologismo. São Paulo: Ática, 1990.
ANGRIMANI, Danilo. Invasão do inglês: moda ou ameaça? Disponível em www.novomilenio.inf.br/idioma. 18/03/2001
ASSMAN, Hugo. Sociedade aprendente e sensibilidade solidária. Petrópolis: Vozes, 1998.
CELANI, M. A. A. Ensino de segunda língua: redescobrindo as origens. São Paulo: EDUC, 1997.
FARACO, C. A. (organização) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São
Paulo: Parábola, 2001.
FIORIN, J.L. Polifonia textual e discursiva. In: BARROS, D. L. P. de; FIORIN, J. L. (orgs.), Dialogismo, polifonia, intertextualidade. São Paulo: Editora da  Universidade de São Paulo, 1999.
MARTINET, André. Elementos de Lingüística Geral. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1997.
SANDMANN, Antônio José. A linguagem da propaganda. São Paulo: Contexto, 1993.
XATARA, C. M. Empréstimos, estrangeirismos e suas medidas. São Paulo: Alfa,
v. 36, 1992.

Sites visitados
www.disal.com.br
www.disal.com.br/nroutes.
www.planetanews.com.

Fontes de pesquisa

CEARÁ. Coluna de Turismo do Diário do Nordeste - CE – 04/01/08.
______. Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 11/01/08.
______. Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 08/02/08.
______. Coluna de Turismo do Diário do Nordeste-CE – 15/02/08.


5 comentários:

  1. Completo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Um blá-blá-blá sem conteúdo.

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  3. Informações insuficientes

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  4. LUPUS (lobo, em latim), não é anglicismo... BIER vem do alemão, em inglês é BEER. American Express é um cartão de crédito, e a tradução que deram está errada. E o erro mais grotesco foi CONECÇÃO...

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