sábado, 6 de outubro de 2012

O emprego do trema em palavras átonas, nomes próprios e documentos oficiais de acordo com a nova reforma ortográfica.



 

Regina Madeira de Siqueira


Este artigo tem por finalidade principal fazer um paralelo entre o uso do trema em palavras antecedida de “q” e “g”, em elocuções átonas e nomes próprios antes e depois da reforma ortográfica e com isso analisaremos o que veio a modificar e o que continua igual com relação ao emprego desta marca tipográfica.
 O presente artigo tem por finalidade apresentar as novas regras do trema em palavras antecedida de “Q” e “G” e em seguida “E” ou “I” como seqüestro, eqüino, agüentar e lingüiça, fazendo um paralelo entre o uso antecedente da reforma ortografia que já foi aprovada e entrará em vigor em 1° de janeiro de 2009 e as modificações trazidas por ela.  Ao longo desse artigo vamos notar em quais palavras podemos usar ou não o sinal analisado percebendo assim em que pontos a nova reforma ortográfica irá beneficiar ou não os discentes a empregar corretamente o acento gráfico analisado, uma vez que há inúmeras regras o que acaba muita das vezes virmos a nos atordoar – nos.
A maneira “correta” de grafarmos as palavras foi estabelecida pelo Acordo Ortográfico de 1943, sofrendo modificações mínimas em 1971. Depois desta data nenhuma outra alteração foi introduzida em nossa ortografia, havendo reuniões, polêmica, acordos não homologados, mas o sistema continua o mesmo.
De acordo com Aurélio Ferreira (2001, p.685): “ o trema é sinal ortográfico ( ¨ )sobre posto a uma vogal para indicar que ela não forma ditongo com a que lhe está mais próxima.” O trema é um sinal ortográfico que indica que o u é semi vogal, ou seja, é pronunciada  atonamente nos grupos gue, gui, que, qui: ungüento, sagüi, seqüestro, eqüino sendo essa grafia somente utilizado no Brasil. Vejamos os casos em que podemos usar o trema.
Segundo Ernani Terra (2002, p.45): “Coloca – se o trema ( ¨ ) na letra u dos grupos que, qui, gue, gui, quando o u for pronunciado átono neste caso, o trema indica que o u é semivogal: lingüiça, tranqüilo, sagüi, freqüente.” É notório ressaltar que pode ocorrer o sinal em questão e o acento gráfico ( isto é, sinais colocados sobre vogais podendo ser agudo ( ´ ), grave ( ` ) ou circunflexo ( ^ ).
Empregamos esta marca tipográfica quando a vogal “u”  for pronunciada, antecedida de Q ou G e em seguida de E ou I, sendo seu objetivo distinguir a vogal “u” muda (= não pronunciada), neste caso podemos afirma que o GU e o QU são dígrafos, isto é, duas letras empregadas para representar um som apenas, da vogal “u” pronunciada (= possui som próprio) como nos é exemplificado no quadro abaixo:


“u” mudo
“u” pronunciado
Que
quente, questão
freqüente, seqüestro
Qui
quilo, adquirir
tranqüilo, iniqüidade
Gue
guerra, sangue
agüentar, belíngüe
Gui
guitarra, distinguir
lingüiça, pingüim

Podemos notar ainda que há exceções pois os grupos de gue, gui, que, qui devem ser analisadas com cuidado, pois podem aparecer com trema, com acento agudo ou sem qualquer sinal gráfico. Observemos então:
·         Quando o u for pronunciado atonamente, ou seja, quando as três letras participarem da mesma sílaba, com pronuncia do u, devemos colocar trema sobre ele. Ex. lingüiça, quilo, agüentar.

O novo acordo ortográfico estabeleceu novas regras sobre o uso do trema, entre elas o uso do mesmo está inteiramente suprimidas em palavras portuguesas ou aportuguesadas, nem se quer sendo aceito seu uso em poesias, mesmo que haja separação de duas vogais que normalmente forma ditongo (isto é, reunião de duas vogais que se pronunciam em uma só emissão de vez e pertencem a mesma sílaba): saudade e não saudade, ainda que tretassílabo: saudar e não saudar etc.
José Pereira afirma que a partir desta reformas devemos passar a isolar este sinal acima mencionado, quer para distinguir, em sílaba átona, um i ou um u de um ditongo precedente quer para distinguir em sílaba tônica ou atônica, o u de qu e de gu de um e ou i seguintes: paraibano, reunião, abaiucado, auiqui, cauiuá, cauixi, piauense; agüentar, anguiforme, argüir (ou bilíngüe), lingüeta, lingüista, linguística, cinqüenta, eqüestre, freqüentar, tranqüilo, ubiquidae.
Conservemos o trema segundo o autor supracitado, em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, de Hübner, mülleriano, de Müller, etc.

CONCLUSÃO

Podemos perceber que a nova reforma ortográfica trouxe muitas mudanças para o nosso dialeto, no caso do emprego do trema serão pouco visíveis, pois o mesmo já vem sendo ignorado seu uso em diversas palavras, mais de grande importância para nossa gramática onde a qual desde os tempos mais remotos era almeja uma unificação.
Segundo afirma o embaixador Lauro Moreira, representante brasileiro na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). "Não tenho dúvida de que, quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade se adequará. Levará um tempo para que as pessoas se acostumem com a nova grafia, como ocorreu com a reforma ortográfica de 1971, mas ela entrará em vigor aos poucos." É importante ressaltar dá importância dos educadores passarem por um curso de aperfeiçoamento para que melhor os educadores venham a adequar – se e seus alunos as novas regras ortográficas, pois serão das séries iniciais que veremos flora a nova fase da nossa ortografia.
Iniciando assim a padronização da nossa língua, para que haja uma ortografia padrão entre os países de língua portuguesa onde seja possível circular livremente livros, incluse os científicos e materiais didáticos, sem necessidade de revisão, como já acontece em países que falam espanhol.

Os discentes demonstraram dificuldade em transcrever palavras em que possuem a consoante “l” em final de palavras nos quais eram substituídas simultaneamente pela vogal “u”. É notório ressaltar que o que veio a ocorrer à vocalização da lateral em posição final de sílaba e neste caso tem um segmento com características articulatórias de uma vogal do tipo [u]. Como podemos observar na redação redigida pelo aluno Andriel Ferreira Melo de dez anos que ao redigir a palavra futebol trocou o “l” por “u” [futebou].
Foi constatado que os alunos apresentaram dúvida em acentuar palavras de som aberto como a palavra “família”, vale ressaltar que os educando trocaram dígrafos SS por ç , como exemplos podemos citar “grosso” por “groço”, isto ocorre pelo motivo de seu s possuir uma articulação dental no qual a consoante mencionada é considerada uma fricativa alveolar vozeada.
O fato dos aprendizes trocarem vogais com mesmo som sendo elas arredondadas anteriores como na palavra “companhia”, com a troca de vogal anterior não – arredondadas (e / i) como podemos observar na palavra leve por live, demonstrando assim que os discentes grafam as palavras do mesmo modo que atenta seu som.
O texto analisado continha erros  de concordância sendo que em parte deles as palavras eram grafadas de forma inadequada por possuir o número de fonemas maior que o número de letras pois eles escrevem do mesmo modo que escutam.
Ocorrem erros com consoantes de grafia parecida como “m” e “n” e de som semelhante como “s” por “z” isso ocorre por as consoantes serem ambas fricativas alveolar, no qual são uniformes em ínicio de sílabas em todos os dialetos do português brasileiro podendo ocorrer com articulação alveolar ou dental, marcando sua variação dialetal em final de sílaba.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Mini Aurélio. Rio de Janeiro, ed. Nova Fronteira: 2001.
PEREIRA, José. “A nova reforma ortográfica.” Disponível em Internet: http://www.filologia.org.br. Acesso em 06 / 09 / 2008.


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